Viver para sempre? Exame de sangue é capaz de prever expetativa de vida
Se nasceu em 1983, já completou ou irá completar este ano a idade de 35 anos, certo? Ou não… A verdade, é que do ponto de vista da saúde do organismo e do corpo, você pode afinal ser muito mais velho ou significativamente mais jovem.
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De acordo com a publicação BBC News, uma equipa de cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, desenvolveu um exame de sangue capaz de determinar a expetativa de vida com base na idade fisiológica do corpo. Isto é, os investigadores identificaram um método de quantificar a idade dos indivíduos através do funcionamento do organismo, ao invés da data de nascimento.
"Dois indivíduos podem ter 50 anos em termos cronológicos, mas um deles pode ter o mesmo risco de morrer de alguém de 55 anos, enquanto o outro tem o mesmo risco de morrer de alguém de 45 anos", explicam os académicos Zuyun Liu, Pei-lun Kuo, Steve Horvath, Eileen Crimmins, Luigi Ferruci e Morgan Levine, no estudo publicado na revista científica Biorxiv.
Os investigadores tiveram em conta nove marcadores biológicos ou biomarcadores, que se tratam de indicadores para o funcionamento normal ou patológico do organismo. Esses marcadores podem incluir, por exemplo, o funcionamento de órgãos, genes e proteínas.
Para propósitos de criação do teste, foram observados 42 aspetos de uma amostra de sangue, entre os quais o número de células brancas, o nível de glicose e de albumina. A metodologia foi aplicada em 11.432 pessoas, que foram acompanhadas durante 12 anos e meio. Durante esse período, 871 morreram.
A partir de exames de sangue e do acompanhamento para verificar quando morreriam ou desenvolveriam doenças, foi possível calcular a expectativa de vida e a taxa de mortalidade para cada grupo de ‘idade fisiológica’.
A professora de Patologia da Universidade de Yale Morgan Levine, coautora do estudo, disse à BBC News que os resultados obtidos foram mais precisos que o de outros testes desenvolvidos até ao momento e que levam em conta idade cronológica ou apenas um marcador biológico.
"A idade fisiológica alcançou quase 90% de precisão em estimar se uma pessoa viveria mais 10 anos ou não. Mas é importante destacar que esse cálculo é relacionado apenas a causas de morte relacionadas ao envelhecimento (surgimento de doenças crónicas, como diabetes e cardiopatias, por exemplo). Obviamente, não consideramos mortes acidentais, suicídio e homicídios", afirmou.
Risco de morte e expectativa de vida
A pesquisa mostra que o acréscimo de um ano na idade fisiológica, em relação à idade cronológica, já é capaz de aumentar a mortalidade em cerca de 9%, quando considerados todos os grupos de idade.
Os cientistas também analisaram o impacto da idade fisiológica na expetativa de vida.
A expetativa das mulheres de 65 anos que foram classificadas como saudáveis - por terem idade fisiológica equivalente à cronológica - era de 87 anos. Já as mulheres da mesma idade classificadas como tendo idade fisiológica avançada apresentaram uma expectativa média de vida de 78 anos - quase dez anos menos.
No caso dos homens, os saudáveis tinham expectativa de vida de 84 anos enquanto os com idade fisiológica bem mais avançada que a idade cronológica só viveriam, em média, até os 76 anos.
"A idade fisiológica é um melhor indicador de expetativa de vida do que a idade cronológica. Atualmente, a expectativa média de vida de um homem de 65 anos nos Estados Unidos é de 84,3 anos. Mas, com essa nova metodologia, podemos calcular uma expetativa média de vida mais personalizada, baseada tanto na idade cronológica quanto na idade fisiológica", explica Morgan Levine.
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