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PEV entregou 1.500 postais a reivindicar ligação ferroviária a Portalegre

O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) entregou hoje ao Governo cerca 1.500 postais assinados pela população da cidade de Portalegre a exigir a construção de um ramal ferroviário até ao parque industrial da cidade.

PEV entregou 1.500 postais a reivindicar ligação ferroviária a Portalegre
Notícias ao Minuto

20:09 - 12/06/18 por Lusa

Política Ação

Esta ação resultou de uma campanha lançada em janeiro pelos ecologistas, subordinada ao tema "Um Postal por um Ramal", defendendo a ligação ferroviária desde a estação de Portalegre (Linha do Leste), localizada a cerca de 12 quilómetros da cidade, até à zona industrial.

Em declarações à agência Lusa, a dirigente do PEV, Manuela Cunha, relatou que os postais foram entregues por uma delegação do partido ao secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme d´Oliveira Martins, sublinhando que "houve acolhimento" por parte do governante às propostas apresentadas pelas populações.

"O senhor secretário de Estado vai ter tempo de pensar na proposta, que também está entregue na Assembleia da República por nós, em relação ao arrancar, no próximo quadro (comunitário), com a elaboração de um estudo de viabilidade desta situação", disse.

Para Manuela Cunha, este projeto "precisa" de ser estudado de vários pontos de vista, principalmente ao nível económico e do trajeto.

Manuela Cunha, que se congratulou pela forma como os habitantes de Portalegre acolheram esta campanha, sublinhou que esta obra "é fundamental" para o desenvolvimento daquela região alentejana.

"Há um sentimento de injustiça muito grande entre os portalegrenses pelo facto de a estação ter ficado muito longe e não servir plenamente o desenvolvimento do concelho. A sua aproximação à zona industrial iria ajudar muito", considerou.

À margem desta campanha, o PEV entregou em dezembro na Assembleia da República um projeto de resolução que defende a construção deste ramal.

"No máximo, em setembro, ele (projeto de resolução) vai ser agendado por nós para discussão e votação", disse Manuela Cunha.

Em dezembro, o especialista em economia de transportes, investigador e docente da Universidade do Algarve, Manuel Tão, disse à Lusa que este projeto, caso se concretize, vai permitir "reenquadrar" a cidade de Portalegre.

"Seria uma obra que permitiria reenquadrar, por completo, Portalegre em termos de distâncias de tempo para o transporte de pessoas e em termos de acessibilidades logísticas, nomeadamente nos acessos a Sines e à Estremadura espanhola", disse.

Segundo Manuel Tão, a obra permitiria ligar a cidade de Portalegre a Lisboa em "duas horas e dez minutos".

"Em 30 anos, este país, que se queixa que não tem dinheiro para construir linhas de caminho-de-ferro, gastou qualquer coisa como 15 mil milhões de euros em autoestradas, nunca faltou dinheiro para isso. Estamos a falar de uma obra de cerca de oito a 10 quilómetros, com um ramal e um terminal, que melhoraria consideravelmente os custos de transportes das empresas", acrescentou.

Manuel Tão considerou ainda que o terreno onde o traçado poderá ser desenhado é "particularmente fácil" para concretizar a obra, uma vez que se trata de uma zona plana.

"Qualquer coisa, como 30 a 40 milhões de euros, pagos a 80% por fundos de objetivo, que são aqueles que se aplicam a uma região como esta, teríamos qualquer coisa como um impacto orçamental do Estado na ordem dos oito milhões de euros. Em Lisboa, há prédios que custam duas ou três vezes mais do que isso", afirmou.

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