Governo espanhol vai estudar "cuidadosamente" OPA da China Three Gorges
O Governo espanhol vai analisar "cuidadosamente" a oferta pública de aquisição (OPA) da empresa estatal chinesa China Three Gorges sobre a portuguesa EDP antes de decidir se dá as "autorizações correspondentes" à operação.
© Reuters
Economia EDP
O ministro da Energia espanhol, Álvaro Nadal, disse hoje em Infiesto (Astúrias) que uma operação com estas características tem uma "complexidade regulatória" e que o Governo espanhol terá que "olhar com muito cuidado todas as implicações" antes de decidir se vai conceder as "autorizações correspondentes".
Álvaro Nadal explicou aos jornalistas que esta oferta não é "habitual", visto que não é feita por um fundo de investimento nem por uma empresa privada do setor energético, mas sim do "Estado chinês" e tem uma série de "ramificações" que requerem um estudo apurado antes de que seja tomada uma decisão.
De acordo com governante, a operação tem ainda uma "dimensão europeia", pelo que o Governo espanhol está a falar com os parceiros europeus, o Governo português e a Comissão Europeia.
Álvaro Nadal sublinhou a necessidade da Europa ter "uma estratégia comum, coordenada e definida" para este tipo de operações, com uma diretiva (lei europeia) que "clarifique as regras do jogo" e assinale os "elementos sensíveis".
A China Three Gorges anunciou na passada sexta-feira a intenção de lançar uma OPA voluntária sobre o capital da EDP, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros por cada ação, o que representa um prémio de 4,82% face ao valor de mercado e avalia a empresa em cerca de 11,9 mil milhões de euros.
A CTG, que já detém 23,27% do capital social da EDP, pretende manter a empresa com sede em Portugal e cotada na bolsa de Lisboa.
Caso a OPA sobre a EDP tenha sucesso, a CTG avançará com uma oferta pública obrigatória sobre 100% do capital social da EDP Renováveis (EDPR) a 7,33 euros por ação.
A EDP controla 82,6% do capital social da EDPR que tem a sua sede em Madrid.
O grupo chinês afirma, no anúncio preliminar da operação, que só lançará a OPA sobre a EDP se o Governo português não se opuser à operação.
O primeiro-ministro, António Costa, já disse que não tem "nenhuma reserva a opor" a que o grupo chinês realize a OPA sobre a EDP.
A EDP, por sua vez, já considerou que o preço oferecido pela China Three Gorges (Europe) para adquirir a elétrica portuguesa é baixo e "não reflete adequadamente o valor" da empresa.
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