Exército liberta 12 turistas e 6 autarcas raptados nos Camarões

O exército camaronês libertou, em duas operações distintas, 12 turistas ocidentais e seis conselheiros municipais raptados ainda não se sabe há quanto tempo aparentemente por um grupo rebelde anglófono no sudoeste dos Camarões, indicou hoje um comunicado oficial.

Dezenas de desaparecidos após afundamento de navio da marinha camaronesa

©  Reuters

Lusa
04/04/2018 12:10 ‧ 04/04/2018 por Lusa

Mundo

Rebeldes

No documento, o Ministério da Comunicação camaronês, tutelado por Issa Tchiroma Bakary, refere que a operação militar decorreu na segunda-feira e que foram libertados sete suíços e cinco italianos, turistas que se encontravam nos Camarões através de uma organização intitulada "African Adventure Group".

"Foram rapados por um grupo de terroristas" na povoação de Moungo-Ndor, no sudoeste do país, quando estavam próximos do local conhecido por Dois Lagos.

Noutra operação, segundo o comunicado, o exército libertou seis conselheiros municipais na região do noroeste camaronês, sem mais pormenores.

No documento, o Governo de Yaoundé dá conta de que, em confrontos recentes, o exército abateu "dezenas de separatistas", tendo apreendido "um importante arsenal de armas e munições", além de uma "grande quantidade de droga".

A situação securitária nas zonas anglófonas do noroeste e sudoeste dos Camarões degradou-se nas últimas semanas, na sequência de ações violentas que Yaoundé considera serem perpetradas por grupos separatistas.

Os separatistas lutam pela secessão dos Camarões anglófonos e exigem ao Governo francófono de Yaoundé que faça regressar aos quartéis as "forças de ocupação".

À medida que a crise evolui, vão surgindo diariamente novos grupos separatistas, embora as autoridades reduzam ao mínimo a informação sobre o conflito que, intensificado há cerca de três meses, opõe o exército aos separatistas armados.

O regime camaronês, liderado há 35 anos por Paul Biya, está desde dezembro último a braços com uma crise separatista, com a intensificação da campanha anglófona, baseada inicialmente em protestos pacíficos, violentamente reprimida pelas forças de segurança locais.

A marginalização económica e social está na base de mais uma luta dos independentistas que, há praticamente um ano, deram início a uma série de protestos nas principais cidades anglófonas dos Camarões e que, face à repressão das forças de segurança, subiu de nível para degenerar em atos de violência.

Nas últimas semanas, ativistas anglófonos, fortemente armados, desencadearam uma série de ataques contra alvos militares e policiais, cuja resposta das autoridades locais está a levar a uma escalada da violência que já causou a morte a dezenas de civis.

A divisão linguística nos Camarões surgiu na sequência do final da Segunda Guerra Mundial, quando a até então colónia alemã foi assumida por dois dos países aliados vitoriosos do conflito -- França e Inglaterra.

Em 1960, as regiões de língua inglesa, maioritariamente no sul, juntaram-se à República dos Camarões, do centro e norte, francófona, que domina desde então a política do país.

Desde há décadas, têm sido várias as tentativas de secessão no país de Paul Biya, 84 anos, que já declarou publicamente a intenção de concorrer a um novo mandato nas eleições presidenciais de 2018, apoiado pelo partido que lidera, Movimento Democrático Popular dos Camarões (MDPC).

 

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