POUPANÇA NO MINUTO
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Multaram-no... e agora está numa 'cruzada' contra marquises de vizinhos
Reformado espanhol parece preparado a não dar tréguas. Mesmo que tal implique denunciar centenas de vizinhos.
© iStock
Mundo Salamanca
Já lhe chamam a 'vingança de Tristán'. E a verdade é que, por iniciativa deste reformado espanhol de 61 anos, há centenas de vizinhos seus em Salamanca com uma 'dor de cabeça' pela frente, uma semelhante à de Tristán. E tudo por causa de marquises.
Foi em 2014 que tudo começou. Tristán estava cansado de ter a varanda suja à conta dos pássaros e queria mais espaço "para os netos".
Contratou um serralheiro, que por 5.800 euros lhe fechou a varanda. Antes, conta o El Pais, Tristán tinha perguntado no condomínio se algum vizinho no prédio se opunha. Ninguém se opôs. Até que em 2017 o vizinho de cima fez queixa.
"Nem cá vive", conta este pensionista ao jornal espanhol. Tinha, no entanto, receio que fosse mais fácil algum gatuno trepar e assaltar-lhe a casa.
E foi assim que a marquise se tornou um problema para Tristán. Primeiro, chegou das autoridades uma multa de 18.200 euros. Tristán foi outra vez ao dinheiro da sua reforma, agora para tirar mais mil euros para pagar ao mesmo serralheiro, para desfazer o trabalho feito. Mas a revolta ficou.
Na autarquia, disseram-lhe que como havia queixa de um vizinho não havia voltar a dar. Indignado, Tristán andou por Salamanca. "Tenho muito tempo livre porque sou pensionista. Só peço que a lei seja igual para todos". E para que tal aconteça não se fez rogado: denunciou 300 marquises ilegais em Salamanca, com as suas denúncias a afetarem cerca de 800 vizinhos.
Em Espanha, a lei mudou em outubro de 2014. Até esse ano, todas as marquises potencialmente ilegais passaram a ser consideradas casos prescritos. Agora, os vizinhos de Tristán que foram denunciados estão à procura das faturas para a marquise, para provarem que as varandas foram alvo de obras antes de 2014. Caso não o consigam provar, arriscam multas que podem ir de mil até um milhão de euros.
Já Tristán admite que "se tiver de pagar", pagará a sua multa. Mas mantém a revolta. “500, 600, 1000 euros, isso é uma coisa razoável. Agora 18 mil euros...”.
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