Meteorologia

  • 18 MAIO 2024
Tempo
20º
MIN 13º MÁX 20º

Snowden continua em "terra de ninguém" à espera de asilo

Edward Snowden, ex-analista da NSA, perseguido pelos Estados Unidos, vive na zona de trânsito do aeroporto de Moscovo, onde chegou há praticamente quatro semanas procedente de Hong Kong, e continua à espera do asilo temporário na Rússia.

Snowden continua em "terra de ninguém" à espera de asilo
Notícias ao Minuto

15:29 - 21/07/13 por Lusa

Mundo NSA

Snowden, o “fugitivo” mais procurado da atualidade, responsável pela revelação de uma trama de espionagem de grande escala dos serviços de informações dos Estados Unidos, pode vir a abandonar o local onde se encontra durante a próxima semana, segundo o advogado Anatoli Kucherena que o está a assessorar sobre as questões jurídicas internas da Rússia.

O informático norte-americano aguarda que o Serviço Federal de Emigração russo o informe sobre a receção do pedido de asilo temporário que interpôs, assim que se apercebeu de que seria muito arriscado viajar para a América do Sul sem ser detido durante a deslocação.

Há praticamente um mês em “terra de ninguém”, Edward Snowden, 29 anos, antigo funcionário da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA), dificilmente poderia ter imaginado que ficaria retido num aeroporto sem poder voar para outro destino, ou mesmo cruzar uma fronteira terrestre russa, estando confinado à zona de trânsito e apenas com a garantia de que não vai ser extraditado para os Estados Unidos.

O informático chegou a Moscovo depois de ter permanecido em Hong Kong, usando a única rota segura e que lhe permitiu abandonar a antiga colónia britânica, sem que tivesse de sobrevoar outros países além da China e da Rússia.

Enquanto cruzava os céus da Sibéria, a bordo de um aparelho da companhia russa Aeroflot, e com os meios de comunicação à espera no aeroporto de Sheremétievo, os Estados Unidos anularam todos os documentos de Snowden, incluindo passaportes que tinham sido emitidos sob uma identidade falsa pelos serviços para os quais trabalhava.

Já após ter chegado a Moscovo, Snowden afirmou que não foi recebido pelo presidente Vladimir Putin e que a Rússia não estava disposta a ultrapassar as normas internacionais para cumprir as exigências de Washington e não deixar passar o “fugitivo”.

O líder do Kremlin deixou claro que a Rússia não entrega Snowden, sob nenhuma circunstância, e que o norte-americano até pode permanecer no país se renunciar às atividades contra os Estados Unidos, o que significaria o fim da divulgação de informações sobre o sofisticado programa norte-americano de espionagem PRISM, que vigia telefones e ligações de internet em todo o mundo.

Três países sul-americanos, Venezuela, Nicarágua e Bolívia, mostraram disposição para conceder asilo político a Snowden, uma vez que o Equador, país para onde manifestou vontade de viajar, manifestou reservas sobre o acolhimento.

Nessa altura, cada dia que passava, Edward Snowden via com mais dificuldades a saída da Rússia, sobretudo depois do avião presidencial de Evo Morales da Bolívia ter sido obrigado a aterrar em Viena, Áustria, na altura em que sobrevoava a União Europeia, procedente de Moscovo, e antes de conseguir autorização para reabastecer o aparelho em Espanha.

Dezanove dias após ter iniciado a fuga de Hong Kong, Snowden concordou com os encontros com ativistas de direitos humanos e advogados russos, para depois anunciar que não tem outra solução a não ser permanecer na Rússia, se as autoridades de Moscovo o permitirem.

Segundo a agência EFE, tudo parece indicar que é o que vai acontecer, apesar de a decisão de ficar na Rússia poder vier a ter consequências, quer para Snowden quer para o país.

Por um lado, Snowden não vai poder revelar novos dados sobre o processo de espionagem dos Estados Unidos, e Moscovo pode ver agravadas as relações com Washington.

Por muito que o chefe de Estado russo reitere que a amizade com os Estados Unidos é mais importante do que Snowden, analistas de Washington, citados por agências internacionais, admitem que, por causa da situação provocada pelo ex-funcionário da NSA, a visita do Presidente dos Estados Unidos à Rússia, prevista para setembro, possa ficar comprometida.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório