Coreia do Norte qualifica de "ato de guerra" novas sanções da ONU
A Coreia do Norte qualificou hoje como "ato de guerra" as novas sanções aplicadas na sexta-feira pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas contra Pyongyang pelos seus programas nuclear e de mísseis balísticos.
© Lusa
Mundo Comunicado
"Nós rejeitamos totalmente as últimas sanções da ONU", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte.
Num comunicado divulgado pela agência de notícias oficial KCNA, a diplomacia norte-coreana considera as sanções "um atentado violento contra a soberania" do país e "um ato de guerra que destrói a paz e a estabilidade da península coreana e da região".
"Os Estados Unidos, completamente aterrorizados com a nossa histórica conquista de completar a força estatal nuclear, atuam com medidas cada vez mais histéricas para impor as maiores sanções e pressão possíveis ao nosso país", diz o mesmo comunicado.
Neste sentido, Pyongyang deixou uma advertência: "Se os Estados Unidos desejam viver em paz, deveriam abandonar a sua política hostil contra a RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial do país] e aprender a coexistir com uma nação que tem armas nucleares".
O regime liderado por Kim Jong-un também alertou que "irá continuar a consolidar as suas capacidades nucleares" (...) que visam fundamentalmente erradicar as ameaças nucleares dos Estados Unidos e as suas chantagens e movimentos hostis, criando assim um equilíbrio de forças".
O Conselho de Segurança da ONU impôs na sexta-feira novas sanções à Coreia do Norte em resposta ao ensaio de um míssil balístico intercontinental, com capacidade para atingir território norte-americano, realizado no final de novembro.
Os 15 Estados-membros do Conselho de Segurança aprovaram por unanimidade uma resolução proposta pelos Estados Unidos, que endurece as amplas sanções internacionais contra o regime de Kim Jong-un.
As novas sanções incluem sérias restrições ao envio de combustíveis para Pyongyang e a repatriação dos norte-coreanos que trabalham no estrangeiro, e cujos rendimentos beneficiam o Governo do país.
Segundo Washington, a resolução reduzirá em 89% o acesso do regime a gasolina, gasóleo e outros derivados do petróleo.
Em paralelo, inclui provisões nas quais o Conselho de Segurança se compromete a impor novas reduções no fornecimento de petróleo ao país em caso de novos ensaios com mísseis balísticos intercontinentais.
Em relação aos trabalhadores norte-coreanos no exterior, a resolução requer a todos os países que os expulsem num prazo máximo de dois anos.
Washington indicou que cerca de 100.000 norte-coreanos trabalham fora do país, na sua maioria na China e Rússia. Os Estados Unidos asseguram que os impostos que estes trabalhadores pagam ao Estado norte-coreano geram anualmente mais de 500 milhões de dólares (421 milhões de euros).
O objetivo da medida, segundo os seus promotores, consiste em dificultar o financiamento dos programas de armamento norte-coreanos e forçar Pyongyang a negociar.
A ONU endureceu, este ano, por várias vezes as sanções contra a Coreia do Norte em resposta ao incremento dos ensaios nucleares e de mísseis concretizados pelo regime.
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