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Peritos: Nova estratégia dos EUA no Afeganistão pode ser contraprodutiva

A importante campanha de bombardeamentos aéreos lançada contra os talibãs, eixo da nova estratégia dos EUA no Afeganistão, pode ser contraprodutiva e alienar a população local caso aumentam as vítimas civis, referem especialistas citados pela agência France Presse.

Peritos: Nova estratégia dos EUA no Afeganistão pode ser contraprodutiva
Notícias ao Minuto

19:35 - 22/11/17 por Lusa

Mundo AFP

Em agosto, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma alteração da estratégia na missão da NATO comandada pelo general norte-americano John Nicholson, que prevê reforços militares -- 14.000 militares já enviados -- intensificação dos bombardeamentos e combate ao narcotráfico que financia os talibãs.

Em 31 de outubro, os norte-americanos já tinham lançado 3.544 bombas desde o início deste ano, quase três vezes mais que no conjunto de 2016 (1.337).

Na noite de domingo para segunda-feira, aviões norte-americanos atacaram pela primeira vez laboratórios de produção de heroína em Helmand, província na quase totalidade sob controlo talibã, numa tentativa de interromper a sua alegada e principal fonte de rendimentos.

Segundo Washington, o Afeganistão é o principal produtor mundial de ópio e esta economia subterrânea garantirá aos talibãs cerca de 200 milhões de dólares (170 milhões de euros) por ano.

Os aparelhos caçadores furtivos F22A Raptors participaram pela primeira vez nestes ataques aéreos.

A par dos drones, as forças norte-americanas deslocaram para os céus afegãos este armamento tecnológico de ponta após a derrota do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) na Síria e Iraque.

Os militares asseguram que são os mais precisos da história, mas para Andrea Prasow, responsável pela organização não-governamental Human Rights Watch, os norte-americanos poderão conhecer uma crescente rejeição da população afegã, caso os ataques continuem a fazer aumentar o número de vítimas civis.

Um recente relatório da ONU refere que 466 civis, dois terços mulheres e crianças, foram mortos ou feridos nos bombardeamentos aéreos entre janeiro de setembro, um aumento de 52% face ao mesmo período de 2016.

Em setembro, um ataque aéreo norte-americano em Cabul provocou diversas vítimas civis em plena visita do secretário da Defesa norte-americano, Jim Mattis, e do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que foram reafirmar o seu "compromisso" no combate ao terrorismo.

Para John Hannah, antigo conselheiro do vice-Presidente republicano Dick Cheney, "não há dúvida" que as baixas civis vão aumentar com os bombardeamentos mais intensos.

"Mas o aumento do apoio americano, caso seja combinado com outros elementos da nova estratégia, poderá permitir a prazo ao exército afegão o retomar da ofensiva e reverter o curso da guerra", opinou à AFP.

Ao contrário do seu antecessor, a nova estratégia de Donald Trump no Afeganistão prevê uma presença militar norte-americana ilimitada no país.

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