Dubochet, Frank e Henderson vencem Nobel da Química
Desenvolvimento de crio-eletrão microscópico vale Nobel da Química 2017.
© NobelPrize/Twitter
Mundo Prémios
Os investigadores Jacques Dubochet, Joachim Frank e Richard Henderson ganharam o prémio Nobel da Química devido ao seu trabalho no desenvolvimento de um crio-eletrão microscópico para que vai permitir ter uma definição sem precedentes de biomoléculas numa solução.
O crio-eletrão microscópico torna possível descrever moléculas depois de serem congeladas muito rapidamente de modo a manterem a sua forma natural.
Joachim Frank disse a uma estação televisiva sueca que esta técnica tem uma "utilidade prática imensa", embora tenha reconhecido que vai levar algum tempo até que possa vir a ter impacto na medicina.
A Real Academia Sueca das Ciências considerou o trabalho dos três investigadores premiados esta quarta-feira com o Nobel da Química como "decisivo para a compreensão da química da vida" e para chegar a novos medicamentos.
BREAKING NEWS The 2017 #NobelPrize in Chemistry is awarded to Jacques Dubochet, Joachim Frank & Richard Henderson. pic.twitter.com/RUZSnArJHO
— The Nobel Prize (@NobelPrize) October 4, 2017
A observação de biomoléculas em alta resolução "traz a Bioquímica a uma nova era", salientou a Academia, provando que os microscópios de eletrões não servem só para observar matéria inorgânica, uma vez que o feixe de eletrões que usam destrói o material biológico.
Jacques Dubochet trabalha como investigador na Universidade de Lausanne, na Suíça. Richard Henderson desenvolve o seu trabalho de investigação no laboratório de Biologia Molecular de Cambridge, no Reino Unido, e Joachim Frank trabalha na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
Em 1990, Henderson conseguiu gerar uma imagem a três dimensões de uma proteína, uma tecnologia que Frank desenvolveu, conseguindo por seu turno captar imagens a duas dimensões e transformá-las para três dimensões.
Jacques Dubochet juntou água ao processo de observação, congelando-a em torno das biomoléculas e permitindo-lhes manter a forma mesmo no vácuo.
Os três investigadores vão partilhar o prémio no valor de 1,1 milhões de euros.
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