Eutanásia: Médico pede a família para acalmar idosa que não queria morrer
Pode parecer controverso, mas aconteceu na Holanda. Uma idosa de 74 anos, portadora de demência, manifestou o desejo de morrer "quando chegasse a altura". Mas disse não querer morrer quando lhe aplicaram a injeção letal. Teria a idosa mudado de opinião? É a questão que se impõe.
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Mundo Holanda
O médico que realizou a eutanásia numa mulher de 74 anos pediu à família que a senhora idosa, portadora de uma demência, fosse abraçada enquanto lutava “desesperadamente” para não ser morta, indica o jornal britânico Mirror.
Só por si, o facto de a mulher lutar contra a morte indica que esta não estaria de acordo com o ato que pôs fim à sua vida. E, por isso, o Ministério Público holandês decidiu investigar o caso, considerando que há suspeitas suficientes de que o médico quebrou as leis de eutanásia do país.
Este é, aliás, o primeiro caso a ser investigado nos Países Baixos desde que foi introduzida no ordenamento jurídico a lei da eutanásia, há 17 anos.
Este caso, divulgado pela primeira vez em janeiro deste ano, causou indignação generalizada nos Países Baixos e em todo o mundo, lançando o debate sobre o facto de os portadores de demência terem, ou não, capacidade para manifestarem a sua opinião sobre um ato que põe fim às suas vidas.
A idosa, de 74 anos, tinha demência e anteriormente tinha manifestado o desejo de terminar com a própria vida “quando chegasse a altura certa”.
A sua situação clínica foi piorando dia após dia e os relatórios médicos mostravam que a mulher evidenciava sinais de medo e de raiva durante a noite.
O médico responsável pela casa de repouso defendeu que a idosa já estava “num sofrimento horrível”. No entanto, “ela não estava em posição de confirmar se estaria na altura certa para dar seguimento à eutanásia”.
Durante a aplicação da injeção letal, a paciente terá dito repetidamente “não quero morrer”.
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