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Chorar as mortes e cuidar dos feridos: Manchester unida no dia seguinte

Na reação à tragédia, e sob o olhar do mundo, Manchester é exemplo de união.

Chorar as mortes e cuidar dos feridos: Manchester unida no dia seguinte
Notícias ao Minuto

14:50 - 23/05/17 por Pedro Filipe Pina

Mundo Ataque

Os nomes das primeiras vítimas mortais do ataque de Manchester confirmam que é entre os mais novos que se contam muitas destas histórias de tragédia. Pelas notícias que de lá nos chegam, este é o relato de uma cidade ferida mas não rendida.

Georgina, uma jovem que ainda há dois anos partilhara no Instagram uma imagem sua ao lado da sua heroína Ariana Grande, foi a primeira vítima confirmada na sequência do ataque que ocorreu após o final do concerto da cantora na Manchester Arena. A segunda vítima confirmada chama-se Saffie e é uma menina de apenas oito anos.

Enquanto Manchester vai ficando a saber a identidade das 22 pessoas que perdeu, a cidade mostra também que a solidariedade vem ao de cima nos momentos mais difíceis.

As autoridades britânicas já disseram que têm todas as provisões de sangue necessárias. Foram muitos os que acorreram rapidamente a dar sangue. Mas as horas que se seguiram ao ataque foram também de muitos outros exemplos de entrega.

Nas redondezas da Manchester Arena, hotéis receberam feridos e restaurantes abriram portas para acudir quem fugia. Houve taxistas a transportar gratuitamente pessoas e uma hashtag, #RoomsforManchester, que várias pessoas usaram nas redes sociais para oferecer casa a quem precisava.

Dos quatro cantos do mundo vão chegando mensagens de condolências para as vítimas e de condenações ao bárbaro ataque, que teve como alvo pessoas que naquela noite estavam ali apenas para ouvir a música de Ariana Grande.

A Torre Eiffel, símbolo de uma cidade que tem conhecido de perto o terrorismo nos últimos anos, irá apagar-se esta noite em tributo. James Corden, apresentador britânico, lembrou que há uma Manchester que nunca se apaga, a que nos deu bandas como Oasis e Joy Division e tanto mais, mas também equipas de futebol de gabarito mundial.

No futebol, vimos hoje os históricos rivais da cidade, o Manchester United e o Manchester City, unidos pelo mesmo propósito.

A equipa orientada por José Mourinho cancelou a conferência de imprensa e prestou tributo, deixando para segundo plano a importante final da Liga Europa que amanhã disputará. Já o City viu o seu estádio, o Etihad, servir de base de operações às forças policiais. Cristiano Ronaldo e Nani, antigos craques do United, falaram do seu carinho pela cidade.

Esta terça-feira, surgem igualmente relatos de rusgas policiais, de detenções a ocorrer que poderão estar relacionadas com o ataque, e de uma explosão controlada. O autoproclamado Estado Islâmico, num exercício de barbárie que já lhe é habitual, já veio reivindicar o ataque.

Entretanto, os responsáveis de saúde explicam também que entre os 59 feridos há doze vítimas com menos de 16 anos. Há pessoas nos cuidados intensivos e outros que terão agora pela frente meses de recuperação.

A Europa voltou a ser palco de um ataque, um que visou inocentes num momento de lazer. Mas à “cobardia” do ataque, como lhe chamou a primeira-ministra Theresa May, há uma cidade que dá sinais ao mundo de não se deixar paralisar.

Por entre estilhaços, a explosão deixou marcas no local e juntou Manchester à lista de cidades vítimas de ataques. Mas o mais violento ataque que a segunda maior cidade inglesa viveu em tempo de paz é também visto pelo lado dos que, perante o caos, souberam reagir com o que de melhor tinham.

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