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Maioria republicana impede Trump de cumprir promessa eleitoral

O Presidente norte-americano sofreu hoje uma importante derrota pessoal no Congresso, onde a maioria republicana foi forçada a retirar um texto que visava anular a designada 'Obamacare', na que foi uma sua grande promessa eleitoral.

Maioria republicana impede Trump de cumprir promessa eleitoral
Notícias ao Minuto

23:19 - 24/03/17 por Lusa

Mundo Estados Unidos

Mais de dois meses depois de aceder à presidência, Trump viu assim fracassar um segundo projeto relevante no início do seu mandato, depois da suspensão pela Justiça das suas ordens executivas sobre imigração, que fechavam as fronteiras a refugiados e provenientes de vários Estados com população de maioria muçulmana.

"Estivemos muito perto" de aprovar a substituição da legislação sobre acesso a cuidados de saúde aprovada durante a Presidência de Barack Obama, a Obamacare, reagiu hoje Trump, em declarações na Casa Branca, confessando-se "dececionado" e "um pouco surpreendido".

A maioria republicana na Câmara dos Representantes não conseguiu fazer aprovar o projeto de lei que iria substituir o Obamacare, aprovado em 2010, e que o dirigente republicano previu que iria "explodir".

A votação, que chegou a estar prevista para quinta-feira e foi depois adiada para hoje, acabou por ser anulada.

"Uma deceção", declarou Paul Ryan, derrotado, durante uma conferência de imprensa.

"Estivemos muito perto, mas não conseguimos consenso. Razão pela qual considerei mais sábio não votar e retirar o texto, para refletir na próxima etapa. Foi uma derrota, claramente", declarou Ryan, confirmando uma evidência: "O 'Obamacare' é a lei e continuará a ser lei enquanto não for substituída".

Um ultimato de Trump, feito na quinta-feira, não permitiu mudar a intenção dos republicanos recalcitrantes, tanto moderados como ultraconservadores.

Em 237 republicanos, cerca de uma trintena declararam-se contra a proposta, somando-se aos 193 deputados democratas.

O sucessor de Obama jogou a sua reputação e credibilidade nesta grande reforma, ele que se vangloria de ser um negociador impar e que falou diretamente a nada menos de 120 eleitos nos últimos dias para promover o seu plano.

Mas os críticos dizem que Trump subestimou o impacto real da reforma no sistema de saúde, que mistura seguros públicos e privados.

O texto teria reduzido as ajudas públicas às pessoas que não têm seguro saúde devido aos seus empregadores e que têm de financiar a sua própria cobertura.

Cerca de 14 milhões de pessoas teria de sair do Obamacare, segundo as estimativas. Os custos individuais teriam aumentado, e os serviços essenciais instaurados pelo 'Obamacare', como as urgências e os cuidados na gravidez, deixariam de ser cobertos obrigatoriamente. Vários republicanos moderados manifestaram a sua oposição.

No outro lado do espetro do partido, os ultraconservadores do 'Freedom Caucus' consideraram que o plano republicano era apenas uma versão adocicada do Obamacare, conservava demasiada regulamentação onerosa e não teria permitido baixar os custos.

A aposta de Trump era que os republicanos não ousariam fazer fracassar a primeira grande lei do mandato e enfrentá-lo. Mas os eleitos consideraram que o custo político de apoiar a lei era superior ao de desafiar o presidente.

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