Eurocéticos aumentam, mas são mais aqueles com opinião neutra ou positiva
O euroceticismo tem aumentado entre os cidadãos europeus, mas o mais recente Eurobarómetro, realizado já depois da vitória do 'Brexit', concluiu que são mais os europeus que têm uma opinião neutral ou mesmo positiva da União Europeia.
© Reuters
Mundo Eurobarómetro
A crescente popularidade dos partidos eurocéticos nas eleições nacionais, a entrada de mais de 100 deputados eurocéticos no Parlamento Europeu nas eleições europeias de 2014 e a vitória do 'Brexit' no referendo britânico de junho, com 52%, estão entre os fatores que demonstram o crescimento do euroceticismo.
Mas, no conjunto dos 28 estados-membros, a maioria dos cidadãos (38%) tem uma opinião neutral, 35% tem uma opinião positiva e apenas 25% opinião negativa, segundo o Eurobarómetro do outono, que reúne estudos de opinião realizados em todos os Estados-membros, divulgado em dezembro passado.
A opinião positiva predomina em sete Estados-membros: Portugal (48%) e Irlanda (55%), Polónia (51%), Roménia (50%), Bulgária (49%), mas também Reino Unido (34%).
A imagem neutral é a dominante em França (39%), Bélgica (38%), Áustria (36%) e Chipre (38%).
Apenas na Grécia, a opinião negativa é preponderante, correspondendo a 47% dos inquiridos.
Vendo os resultados globais dos últimos dez anos, conclui-se que as opiniões positivas seguem uma tendência de queda, começando nos 50% em 2006, registando o valor mais baixo (30%) em 2012 e 2013, subindo para os 41% em 2015 e voltando a descer para os atuais 35% em 2016.
A imagem neutral da UE segue uma linha mais estável entre os 32% de 2006 e os 38% de 2016.
Já a negativa duplica de 2006 (15%) para 2012 (29%), descendo depois ligeiramente até aos 19% no início de 2015, mas voltando a subir para os atuais 25%.
Um outro aspeto focado pelo Eurobarómetro é o da confiança na UE, no qual se concluiu que os europeus confiam mais na UE (36%) que nos seus parlamentos (32%) e governos (31%) nacionais.
No entanto, a maioria dos europeus (54%) considera que a sua voz não é ouvida em Bruxelas, com apenas quatro em cada dez europeus a considerar o contrário.
Portugal está em 17.º lugar, com 58% a considerar que a sua voz não é ouvida e 39% que sim, numa tabela liderada pela Suécia, onde 67% se considera ouvido contra 31% que pensa o contrário, e fechada pela Grécia, onde apenas 15% dos cidadãos pensa que a sua voz é ouvida em Bruxelas e 84% com a opinião oposta.
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