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Poderoso grupo rebelde abandona negociações de paz na Birmânia

O mais poderoso grupo rebelde birmanês abandonou hoje as primeiras conversações de paz organizadas pelo governo de Aung San Suu Kyi, desde que chegou ao poder há alguns meses.

Poderoso grupo rebelde abandona negociações de paz na Birmânia
Notícias ao Minuto

14:30 - 01/09/16 por Lusa

Mundo Conflito

Os negociadores do Exército Unido do Estado Wa (UWSA, sigla em inglês) e os organizadores tentaram minimizar esta saída, no segundo dia das negociações, argumentando a existência de "um mal-entendido" sobre o estatuto da delegação.

O grupo de representantes Wa recebeu, no início da reunião na quarta-feira, identificações como observadores, que não os autoriza a usar da palavra.

"É um mal-entendido. Vamos contactá-los se ainda estiverem aqui e negociaremos" o seu regresso, declarou à imprensa Khin Zaw Oo, representante do governo nas negociações organizadas em Naypyidaw, capital administrativa birmanesa.

O UWSA suspendeu em 1989 as ações de luta armada contra a junta militar, então no poder, em troca do controlo de uma parte do território na fronteira com a China, zona conhecida pelo tráfico de droga.

O grupo, que mantém fortes ligações culturais com a China, manteve o exército permanente, que integra entre 20 e 25 mil homens.

No final de julho, na sequência de uma reunião com a prémio Nobel da Paz de 1991, o UWSA aceitou participar nas negociações de paz birmanesas.

Apesar dos apelos para a paz de Aung San Suu Kyi, que chegou a referir a ideia de constituição de uma federação que daria mais poderes às regiões, os combates continuam entre vários grupos armados e o exército birmanês nas regiões Kachin (norte) e Shan (leste).

Desde a independência do país, em 1948, a Birmânia (Myanmar), onde vivem mais de 130 etnias diferentes, confronta-se com ataques de grupos rebeldes que exigem mais autonomia.

Vários conflitos étnicos complexos dominam as fronteiras do país, prejudicando os esforços para reforçar a economia birmanesa depois do fim do poder da junta.

Muitas milícias enriqueceram com o tráfico de drogas, gemas e madeira, enquanto as diferentes minorias étnicas continuam a desconfiar do poder e dos militares, depois de décadas de ditadura.

A minoria Wa é acusada de produzir e traficar grandes quantidades de metanfetaminas e heroína, a partir do seu reduto secreto, comprando armas com o rendimento obtido.

No início do mês passado, durante uma visita de Suu Kyi a Pequim, o presidente chinês, Xi Jinping, prometeu apoiar o processo de paz na Birmânia, o que foi entendido como um apoio às tentativas do governo birmanês de incluir os Wa nas conversações.

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