Eslováquia proíbe patrulhas de extrema-direita que visam ciganos em comboios
A Eslováquia vai proibir patrulhas nas suas linhas ferroviárias de vigilantes de um partido da extrema-direita, que têm como alvo a grande minoria cigana do país, anunciou hoje o Governo.
© Reuters
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Membros do Partido Popular -- A Nossa Eslováquia (L'SNS), da oposição de extrema-direita, começaram a patrulhar os comboios eslovacos em abril, depois de um rapaz de 16 anos ter atacado uma rapariga de 21 anos e lhe ter roubado a carteira.
O presidente e deputado do L'SNS, Marian Kotleba -- acusado por críticos de ser um neonazi --, classificou o agressor como um "extremista cigano".
O Governo de coligação do primeiro-ministro esquerdista, Robert Fico, apresentou um projeto de alteração à Lei Ferroviária que proibirá que quaisquer pessoas, que não a polícia, patrulhem as linhas de comboio, disse hoje Peter Bubla, porta-voz do Ministério da Justiça eslovaco, citado pela agência de notícias francesa AFP.
"O objetivo é eliminar a situação injustificável em que patrulhas paramilitares percorrem comboios públicos de passageiros", o representante governamental dos Assuntos dos Ciganos, Abel Ravasz.
"Estas patrulhas eram problemáticas sobretudo porque se destinavam a intimidar uma minoria -- os ciganos", acrescentou.
O deputado do L'SNS Milan Uhrik criticou ferozmente as alterações propostas, num 'post' na rede social Facebook: "Ninguém está a controlar os bêbedos e antissociais extremistas ciganos".
Espera-se que a legislação proposta seja facilmente aprovada no parlamento, onde a coligação de Fico ocupa 81 dos 150 lugares do hemiciclo. O partido L'SNS tem apenas 14 assentos parlamentares.
"Grupos que querem transmitir a ideia de que o Estado não é capaz de fazer o seu trabalho procurarão sempre impor a sua agenda extremista à sociedade", observou Bubla.
"Não tenho dúvidas de que se os impedirmos nos comboios, eles procurarão outras formas", acrescentou.
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