Cruz Vermelha alerta que número de deslocados vai continuar a aumentar
O número de deslocados no Iraque continuará a aumentar e um milhão de iraquianos estão atualmente em risco de abandonar as respetivas casas por causa da luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI), divulgou hoje a Cruz Vermelha.
© Reuters
Mundo Iraque
Uma das situações mais graves regista-se em Mossul (norte do Iraque), a segunda maior cidade do país, onde as forças governamentais tentam travar a ofensiva 'jihadista'.
Estes potenciais deslocados irão juntar-se aos cerca de três milhões de iraquianos que já foram obrigados a abandonar as respetivas casas por causa da violência que atinge o país há dois anos e meio.
"O Comité Internacional da Cruz Vermelha estima que até um milhão de pessoas adicionais poderão ser forçadas a deixar as suas casas no Iraque nas próximas semanas e nos próximos meses", referiu a organização internacional, num comunicado.
"Mais de 10 milhões de pessoas já precisam de ajuda no país. Há mais de três milhões de deslocados internos", precisou a Cruz Vermelha, advertindo que caso a violência no país aumente "como esperado" o número de deslocados "poderá aumentar significativamente".
As forças armadas iraquianas conduzem atualmente operações para tentar reconquistar Mossul, nas mãos dos 'jihadistas' desde junho de 2014.
A cidade, que tinha cerca de dois milhões de habitantes, terá perdido metade da sua população.
A operação de reconquista em finais de junho de Fallujah, uma cidade mais pequena e mais próxima da capital Bagdad, desencadeou a fuga de milhares de civis e muitos instalaram-se em acampamentos erguidos em redor da cidade.
A escala dos deslocamentos em Mossul deverá ser muito maior e as pessoas poderão ter de fugir para áreas mais remotas e de difícil acesso para a ajuda das organizações humanitárias.
A Cruz Vermelha pediu uma verba adicional de 15,6 milhões de euros para fornecer a ajuda necessária aos deslocados.
Durante 2014, o EI assumiu o controlo de grandes áreas no norte do Iraque e a leste de Bagdad, mas tem vindo a perder várias frentes por causa da intervenção das forças armadas iraquianas, apoiadas por uma coligação internacional liderada pelos Estados Unidos.
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