França acusa cúmplice de suspeito dos atentados em Paris
As autoridades francesas acusaram hoje Hamza Attou, que ajudou o suspeito principal dos atentados de Paris - Salah Abdeslam - a fugir para Bruxelas, disse hoje o procurador de justiça de Paris.
© Reuters
Mundo Hamza Attou
O belga de 22 anos foi acusado de acompanhar Abdeslam de volta a Bruxelas pouco depois do grupo Estado Islâmico (EI) reivindicar os atentados na capital francesa de 13 de novembro, que provocou 130 mortos e centenas de feridos.
Outro homem, Mohamed Amri, também estava no carro quando eles passaram os últimos três controlos em França antes de atravessarem a fronteira na Bélgica.
França estava à espera da extradição de Amri, bem como de Ali Oulkadi, que deixou Abdeslam numa morada de Bruxelas no dia 14 de novembro.
A Bélgica entregou Attou a França na quarta-feira, disse o ministério público federal.
Abdeslam, o único sobrevivente do grupo dos 10 homens 'jihadistas' que atacaram Paris, foi extraditado para França em abril.
Attou contou aos investigadores belgas que Abdeslam chamou-o a ele e a Amri, a 13 de novembro, para lhes pedir para o irem ajudar "porque ele tinha tido um acidente", segundo uma fonte próxima do caso.
Garantiu que eles não sabiam do envolvimento de Abdeslam nos atentados até se terem juntado a ele em Paris.
A fonte revelou também que Abdeslam lhes disse que "era o único sobrevivente daqueles ataques" e que "eles iriam pagar pela morte" do seu irmão.
O irmão de Abdeslam -- Brahim -- fez-se explodir fora de um café parisiense durante os ataques.
Attou também disse que Abdeslam lhe contou que o cinto de explosivos falhou a detonar. Um cinto de explosivos não detonados com o ADN de Abdeslam foi encontrado num subúrbio do sul de Paris 10 dias depois dos ataques.
Quando chegaram a Bruxelas, Attou disse que levou Abdeslam a um mercado para comprar roupas novas e para cortar o cabelo antes de o levar a Oulkadi, que lhe mostrou uma casa segura na zona da cidade de Schaerbeek.
Amri e Attou foram presos a 14 de novembro no bairro de Molenbeek, em Bruxelas -- onde Abdeslam cresceu -- e foram julgados nesse país.
A Bélgica concordou em extraditar Attou para França no início de junho mas com a condição de que continuaria sob a custódia belga.
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