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"Cresci como um animal enjaulado num orfanato. Existíamos para vegetar"

Conheça o testemunho de um jovem que nasceu na Roménia onde passou os momentos mais difíceis da sua vida.

"Cresci como um animal enjaulado num orfanato. Existíamos para vegetar"
Notícias ao Minuto

22:55 - 12/04/16 por Patrícia Martins Carvalho

Mundo Drama

Izidor Ruckel nasceu na Roménia nos anos 80 e foi abandonado pelos pais biológicos depois ter contraído poliomielite. Com apenas seis meses de idade ficou abandonado num hospital tendo sido depois transferido para um orfanato conhecido na época como o “hospital para crianças irrecuperáveis”.

O testemunho, dado pelo próprio à BBC, é chocante. “Ninguém está preparado para aquilo que se encontra lá. Os funcionários pareciam adorar espancar-nos e eu acabei por me tornar numa pessoa cruel”, começou por dizer.

O relato dos anos que viveu no orfanato, até ser adotado por uma família norte-americana, prossegue com Izidor a dizer que “desde cedo” aprendeu a “controlar as outras crianças”.

“E os funcionários perceberam isso então deram-me a função de bater nas crianças sempre que elas se portavam mal. Aquilo era tudo o que conhecíamos. Não tínhamos compaixão, não tínhamos quaisquer sentimentos ou emoções. Simplesmente existíamos para vegetar”, recordou.

Durante 11 anos viveu como “um animal selvagem que precisava de estar enjaulado”, mas tudo mudou quando o regime comunista caiu em 1989 e o país abriu as fronteiras para o exterior.

Dois anos depois, Marlis e Daniel Rackhome apareceram do nada e levaram Izidor para San Diego, na Califórnia. “No orfanato disseram-lhes que eu tinha sérios problemas, que era deficiente, mas eles não se importaram e disseram que me aceitavam como eu era”, contou.

Mas os primeiros tempos em família não foram fáceis. Izidor teve dificuldades em adaptar-se e discutia muito com a mãe, chegando mesmo a enviar cartas para o orfanato a pedir que o recebessem de volta.

Felizmente, as coisas melhoraram e o jovem ficou nos Estados Unidos com os pais adotivos. Se tivesse ficado na Roménia, garante, “com certeza estaria morto ou a viver como um mendigo”.

Izidor visitou o seu país natal em 2001. Quis conhecer a sua família biológica para perceber o que tinha acontecido e por que razão o tinham abandonado, mas não foi bem recebido.

“Infelizmente nem todos os pais estão dispostos a assumir os seus filhos”, concluiu. 

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