Tribunal do Paquistão aceita ouvir recurso de cristã acusada de blasfémia
O Supremo Tribunal do Paquistão aceitou hoje ouvir o recurso de uma cristã contra a sua sentença de morte por blasfémia, num caso que atraiu críticas dos defensores dos direitos humanos, anunciaram os advogados.
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Mundo Sentença
"O Supremo Tribunal aceitou hoje o apelo da minha cliente contra a confirmação da sentença de morte pelo Alto Tribunal de Lahore", afirmou Saiful Malook, advogado de Asia Bibi, acrescentando que o tribunal vai marcar uma data para avaliar o mérito do recurso.
Numa audiência anterior, Malook tinha afirmado que iria pedir ao tribunal para rever o caso e as suas falhas, incluindo provas supostamente manipuladas, defendendo que o crime foi inventado por inimigos da sua cliente.
Asia Bibi, mãe de cinco filhos, foi acusada, em 2009, de blasfémia, após ter alegadamente insultado o Profeta Maomé durante uma discussão sobre água com mulheres muçulmanas, com quem estava a trabalhar num campo.
A sentença de Asia Bibi só foi confirmada em outubro de 2014 pelo Supremo Tribunal da cidade oriental de Lahore, capital da província de Punjab, onde o incidente ocorreu.
Asia Bibi nega as acusações e, em novembro passado, recorreu contra a sentença de morte, mas, apesar de o Tribunal ter aceitado o recurso, as absolvições em são raras em casos como este.
O marido de Bibi também escreveu ao Presidente do Paquistão, Mamnoon Hussain, a pedir-lhe para perdoar a esposa e a autoriza-la a mudar-se para França.
A blasfémia é uma questão extremamente sensível no Paquistão, mesmo com alegações não comprovadas, que muitas vezes leva à violência por parte da população.
Os críticos, incluindo governos europeus, dizem que as leis de blasfêmia do Paquistão são muitas vezes indevidamente utilizadas.
Os cristãos, que correspondem a cerca de 1,6% dos 200 milhões de habitantes do país, são muitas vezes discriminados e marginalizados por muçulmanos.
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