"Durante anos, vimos as duas maiores potências nucleares quebrarem o quadro da sua cooperação e enviarem mensagens uma à outra. Isso acabou", disse o líder populista húngaro, Viktor Orbán, na rede social Facebook.
"O mundo hoje é um lugar mais seguro do que ontem [sexta-feira]", disse, numa breve mensagem sobre a reunião que os dois líderes realizaram na sexta-feira no Alasca, na cidade de Anchorage (Estados Unidos), para procurar uma saída para a guerra causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.
Orbán é o aliado mais próximo de Putin entre os líderes da União Europeia e mantém relações estreitas com Trump, que chegou a descrever o primeiro-ministro húngaro como um "grande líder".
Após a reunião no Alasca, que durou quase três horas, os dois líderes não anunciaram nenhum acordo sobre a paz na Ucrânia, como pretendia Donald Trump.
No entanto, o Presidente dos EUA descreveu a reunião como "extremamente produtiva" e disse que "muitos pontos foram acordados", embora tenha reconhecido que ainda há algumas questões pendentes.
Putin, por sua vez, destacou a importância de passarem "do confronto ao diálogo" e disse que tem tido um "muito bom contacto direto" com Trump.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que apoia a proposta de Trump de realizar uma cimeira trilateral com Putin, e anunciou que na segunda-feira viajará para Washington para discutir com os norte-americanos "todos os detalhes" do eventual processo.
A Hungria é um dos poucos países da União Europeia (UE) e da NATO que se recusa a enviar ajuda militar para a Ucrânia e defende um acordo de paz, mesmo que isso signifique perdas territoriais para o país invadido.
Orbán acusa frequentemente a UE e os seus países membros de belicismo por ajudarem militarmente a Ucrânia.
Antes da cimeira Trump-Putin, a Hungria rejeitou assinar uma declaração dos Estados-membros da UE de apoio à Ucrânia por considerar que impunha condições para as negociações, nas quais os 27 "nem sequer foram convidados a participar".
Leia Também: Houve tudo, só não houve acordo: como o Alasca 'pariu' um rato