Após a chegada de Putin à Base Aérea de Elmendorf-Richardson, nos arredores de Anchorage, Trump saudou-o com palmas e um longo aperto de mão, e acompanhou-o através de uma longa passadeira vermelha junto de uma guarda de honra e que terminava num palanque ladeado por quatro caças F-22.
Enquanto o líder do Kremlin caminhava sorridente com Trump, não pôde evitar olhar para o céu ao ouvir o som de um bombardeiro B-2, o mesmo modelo usado em junho para atacar as centrais nucleares iranianas, escoltado por quatro caças F-35.
Trump ordenou ainda que o Ilyushin Il-96-300PU, que serve de avião presidencial russo, fosse escoltado à chegada ao Alasca por dois caças norte-americanos, um gesto invulgar, associado à exibição de aviões militares modernos que foram concebidos durante a Guerra Fria.
Após a troca de cumprimentos, sorrisos e comentários, os dois líderes embarcaram na limusina blindada de Trump, conhecida como "A Besta", apesar de vários aviões de transporte militar russos terem transportado numerosos equipamento nas horas e dias que antecederam a cimeira, incluindo os famosos veículos Aurus utilizados pela elite política de Moscovo.
A Base Aérea de Elmendorf-Richardson é o local da cimeira Trump-Putin, mas é também um centro logístico e um centro de vigilância aérea e alerta antecipado em relação à Rússia.
Durante a Guerra Fria, desempenhou um papel central na dissuasão e monitorização das projeções da força militar soviética e, desde a queda da Cortina de Ferro, tem mantido um papel discreto e puramente militar.
Para os seus cerca de 32.000 habitantes, o equivalente a 10% da população total de Anchorage, foi um momento singular ao testemunhar a chegada e partida de vários aviões logísticos militares russos Il-76, delegações e jornalistas de Moscovo, e receber o líder do Kremlin.
Trump é o quinto Presidente norte-americano com quem Putin negoceia desde há 25 anos, após Bill Clinton, George W. Bush, Barack Obama, Joe Biden, além do próprio atual líder da Casa Branca no seu primeiro mandato (2017-2021)
É o primeiro encontro dos dois dirigentes desde 2018 e que marca o regresso de Vladimir Putin aos Estados Unidos, após dez anos de ausência, bem como a um grande palco diplomático apesar de procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra, e de relações suspensas entre Washington e Moscovo desde a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
No entanto, ao contrário do que tinha previamente anunciado, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, indicou que o encontro a sós entre Trump e Putin, apenas com os respetivos intérpretes, já não iria acontecer e foi alargado, do lado de Washington, ao secretário de Estado, Marco Rubio, e ao enviado especial Steve Witcoff.
No final, está programada uma conferência de imprensa conjunta de Putin e Trump.
O grande ausente no Alasca é o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que não foi convidado para a cimeira e advertiu ao longo da semana que qualquer decisão tomada sem a participação da Ucrânia "nasce morta".
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