A reunião, a primeira entre os dois diplomatas desde o regresso de Donald Trump à Casa Branca, decorrerá em Kuala Lumpur, à margem dos encontros ministeriais da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
Conhecido pelas posições duras em relação a Pequim, Rubio está a realizar a primeira visita à Ásia desde que assumiu funções, em janeiro.
O dirigente assegurou na quinta-feira que os Estados Unidos não têm "qualquer intenção de abandonar" a região Ásia-Pacífico.
Mas as tarifas norte-americanas suscitam preocupação entre os países asiáticos. Esta semana, Trump advertiu que aplicará taxas punitivas sobre mais de 20 países, incluindo vários asiáticos, caso não cheguem a acordos comerciais com Washington até 01 de agosto.
Na quinta-feira, Rubio procurou tranquilizar os membros da ASEAN, garantindo que poderão beneficiar de melhores condições do que o resto do mundo.
Numa reunião com o chefe da diplomacia tailandesa, Maris Sangiampongsa, Wang Yi acusou os Estados Unidos de "abusarem das tarifas", minando o sistema de comércio livre e comprometendo a estabilidade das cadeias globais de abastecimento.
"Estou convencido de que o Sudeste Asiático resistirá ao unilateralismo e à intimidação", declarou Wang, segundo um comunicado divulgado hoje pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
Em encontro separado com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Camboja, Prak Sokhonn, Wang Yi acusou ainda os EUA de estarem a privar a região do "direito legítimo ao desenvolvimento".
As tensões sino-americanas agravaram-se desde o regresso de Trump à presidência dos EUA. Em nome da redução do défice comercial com a China, o líder republicano relançou uma guerra comercial contra Pequim.
Em maio, os dois países acordaram uma trégua, que inclui a suspensão temporária das tarifas mais penalizadoras.
A questão de Taiwan continua a ser um dos principais pontos de fricção. A ilha, sob crescente pressão militar e económica de Pequim, é reclamada pela China, que não exclui o uso da força.
Os EUA, embora não mantenham relações diplomáticas com Taiwan, são o principal fornecedor de armamento e têm reforçado o apoio político à ilha, o que tem irritado Pequim.
Em maio, o secretário da Defesa norte-americano, Pete Hegseth, acusou a China de se preparar para usar a força militar para alterar o equilíbrio regional, afirmando que o exército chinês "treina todos os dias" para uma eventual invasão de Taiwan.
Pequim respondeu acusando Washington de instrumentalizar a questão taiwanesa para "conter a China" e advertiu os EUA contra "brincar com o fogo".
Outro tema previsto nas conversações desta sexta-feira são as disputas no mar do Sul da China. Washington considera como provocadoras as ações chinesas em torno de ilhas reivindicadas por vários membros da ASEAN, incluindo Filipinas, Vietname, Malásia e Brunei.
A China reclama soberania sobre quase todo o mar do Sul da China, uma posição que tem alimentado fricções constantes com os países vizinhos e com os EUA, que apelam a uma abordagem baseada em regras e ao respeito pela liberdade de navegação.
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