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Enviados para o Afeganistão reúnem-se em Doha sob a égide da ONU

Os enviados para o Afeganistão iniciaram hoje uma reunião na capital do Qatar, sob a égide das Nações Unidas (ONU), para discutir o compromisso da comunidade internacional naquele país, mas com incerteza sobre a participação das autoridades talibãs.

Enviados para o Afeganistão reúnem-se em Doha sob a égide da ONU
Notícias ao Minuto

17:22 - 18/02/24 por Lusa

Mundo Afeganistão

Os participantes, reunidos durante dois dias na capital do Qatar pelo secretário-geral da ONU, deveriam abordar de forma mais coordenada o fortalecimento do compromisso da comunidade internacional no Afeganistão.

No primeiro dia, a participação do governo de Cabul na reunião à porta fechada permaneceu incerta e o Ministério dos Negócios Estrangeiros afegão não respondeu a uma questão sobre se iria participar.

O chefe do Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC), Jan Egeland, publicou nas redes sociais uma mensagem onde admite que foi "dececionante que as autoridades talibãs se tenham recusado a participar na reunião".

"Pedimos a todas as partes que façam os maiores esforços para chegar a acordos que possam beneficiar o sofrido povo afegão", disse Egeland.

A ONU enviou um convite às autoridades talibãs para participarem, após a sua exclusão de uma primeira reunião realizada em Doha, em maio de 2023, para a qual nenhum afegão foi convidado.

O governo talibã não foi oficialmente reconhecido por nenhum país desde que assumiu o poder, após a retirada caótica das tropas americanas em agosto de 2021.

O Afeganistão, onde os talibãs aplicam uma interpretação ultra-rigorosa da 'sharia' (lei islâmica), está sob sanções internacionais e muito isolado.

Muitos governos e organizações suspenderam ou reduziram o financiamento àquele país asiático, onde metade da população vive abaixo do limiar da pobreza e 15 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar.

Na véspera da abertura da reunião no Qatar, que há muito acolhe negociações de paz entre os talibãs e os Estados Unidos, o governo talibã estabeleceu condições para a participação nas conversações.

"Se o Emirado Islâmico [do Afeganistão] participar como único representante oficial do Afeganistão e se houver a possibilidade de manter discussões francas" com as Nações Unidas, "a participação seria benéfica", disse à comunicação social o Ministério dos Negócios Estrangeiros, no sábado.

Uma fonte diplomática disse à AFP que a delegação talibã exigiu uma reunião privada com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e não queria a presença de outros afegãos.

Os 25 emissários e outras delegações convidadas para a reunião em Doha também devem considerar as recomendações de uma avaliação independente da ONU sobre o Afeganistão, que liga o possível reconhecimento dos Taliban ao levantamento das restrições aos direitos das mulheres e ao acesso à educação.

Desde 2021, as autoridades afegãs aumentaram as medidas repressivas contra as mulheres, uma política descrita como "apartheid de género" pelas Nações Unidas.

A avaliação independente, apoiada pelos países ocidentais, recomenda também a nomeação de um representante especial da ONU para o Afeganistão, proposta rejeitada pelos talibãs.

O relator especial da ONU, Richard Bennett, disse esperar que a reunião de Doha "resulte numa série de reuniões significativas e inclusivas entre os principais atores", que "dariam prioridade às discussões sobre os direitos humanos".

Leia Também: Código de vestuário. ONU denuncia detenções maciças de mulheres afegãs

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