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ONU acusa talibãs de ataques "cruéis" contra mulheres afegãs

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, acusou hoje os talibãs de atacarem sistematicamente a liberdade do povo do Afeganistão, incluindo mulheres e raparigas que sofrem uma opressão "incomensuravelmente cruel".

ONU acusa talibãs de ataques "cruéis" contra mulheres afegãs
Notícias ao Minuto

14:35 - 12/09/23 por Lusa

Mundo Volker Türk

Türk afirmou que os direitos humanos estão em estado de colapso no Afeganistão, mais de dois anos depois de os talibãs terem regressado ao poder, e apelou aos Estados membros da ONU para que ajudem a preencher o "vazio institucional".

"O nível chocante de opressão contra as mulheres e as raparigas afegãs é incomensuravelmente cruel", afirmou Türk durante uma reunião do Conselho dos Direitos Humanos da ONU em Genebra.

"O Afeganistão estabeleceu um precedente devastador ao ser o único país do mundo onde as mulheres e as raparigas não têm acesso ao ensino secundário e superior", afirmou.

Os talibãs reconquistaram o controlo do Afeganistão em 15 de agosto de 2021, quando as forças dos Estados Unidos e da NATO, incluindo Portugal, se retiraram do país após mais de duas décadas de guerra.

Inicialmente, prometeram uma abordagem mais moderada do que durante o anterior governo, de 1996 a 2001, mas gradualmente impuseram uma dura interpretação da lei islâmica, ou Sharia.

Além de excluírem as raparigas e as mulheres da educação para além do sexto ano de escolaridade, e da maioria das formas de emprego e de muitos espaços públicos, os talibã "têm assediado ou espancado mulheres" por não usarem o 'hijab' - véu islâmico -, de acordo com um relatório que Türk apresentou ao Conselho dos Direitos Humanos.

Com as advogadas e juízas excluídas do trabalho ou do exercício da advocacia, as mulheres e as raparigas têm menos possibilidades de obterem representação legal e acesso à justiça, afirma o relatório.

Os decretos dos fundamentalistas suscitaram protestos a nível internacional mas os responsáveis, incluindo o líder Hibatullah Akhundzada, declararam aos "países estrangeiros" para deixarem de interferir nos assuntos internos do Afeganistão.

Até ao momento, os talibãs não responderam ou comentaram o relatório da ONU.

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