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O regresso à escola em guerra. Da aula de Putin às ameaças de bomba

Enquanto na Rússia foi introduzido um novo manual de História - que inclui a versão de Moscovo da guerra -, na Ucrânia houve ameaças de bomba nos estabelecimentos de ensino. Putin 'abriu' o novo ano escolar com uma palestra para trinta alunos, durante a qual disse que é "impossível" derrotar Moscovo.

O regresso à escola em guerra. Da aula de Putin às ameaças de bomba
Notícias ao Minuto

17:35 - 01/09/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

Setembro é o mês de regresso à escola em todo o mundo, e não se aplica exceção à Ucrânia, que se encontra em guerra desde 2022, enfrentando assim o 2.º regresso às aulas em tempos de conflito.

Também na Rússia as crianças voltaram esta sexta-feira às salas de aula - mas as circunstâncias vividas nos dois países - no que foi invadido e no que invadiu - são diferentes.

Na Ucrânia, o regresso às aulas começou com ameaças de bomba nos estabelecimentos de ensino. As autoridades ucranianas receberam hoje ameaças de bomba em escolas de Kyiv, onde decorrem aulas presenciais, à distância ou em formato híbrido para quase quatro milhões de alunos.

"Recebemos informações sobre a presença de bombas em escolas de Kyiv (...) Todos os estabelecimentos de ensino são controlados pelas forças policiais" na capital ucraniana, disse a polícia nas redes sociais, citada pela agência francesa AFP.

Apesar de os combates ocorrerem no leste e no sul da Ucrânia, as principais cidades longe da linha da frente são também regularmente atingidas por mísseis russos ou ataques de 'drones' (aparelhos sem tripulação).

"A nação preservou a possibilidade de as crianças frequentarem as escolas ucranianas", congratulou-se hoje o chefe da administração presidencial ucraniana, Andrii Iermak, numa mensagem nas redes sociais.

Segundo Iermak, 3.750 escolas foram destruídas "por mísseis e bombas russas" desde o início do conflito.

Ucrânia. Ano letivo arranca com ameaças de bomba em escolas de Kyiv

As autoridades ucranianas receberam hoje ameaças de bombas em escolas de Kyiv, no primeiro dia do novo ano letivo na Ucrânia, com aulas presenciais, à distância ou em formato híbrido para quase quatro milhões de alunos.

Lusa | 13:06 - 01/09/2023

A aula de Putin

Já na Rússia, o começo do ano escolar foi menos atribulado, com o presidente, Vladimir Putin, a dar início a este momento com uma palestra para 30 alunos. Durante a conferência, Putin falou sobre a guerra na Ucrânia, que entra hoje no 19.º mês.

"Compreendi porque é que ganhámos a Grande Guerra Patriótica: é impossível derrotar um povo com esse tipo de mentalidade", referiu o chefe de Estado russo, que estabelece regularmente paralelos entre a guerra contra a Alemanha nazi e a que desencadeou na Ucrânia.

O encontro de Putin com os adolescentes coincidiu com o arranque do novo ano letivo e com o início das 'Conversas importantes', cursos de educação patriótica introduzidos pouco depois do início da ofensiva contra a Ucrânia.

As aulas na qual o patriotismo está sempre em cima da secretária combinam conversas sobre a Segunda Guerra Mundial, valores russos e a narrativa de Moscovo sobre proteger os "compatriotas" na Ucrânia.

Os estudantes russos têm sido incentivados a escrever cartas aos soldados que combatem as tropas ucranianas, assim como a fazer redes e velas para as trincheiras.

Durante a palestra, Putin disse ainda que a Rússia procura "garantir a segurança" nas quatro regiões que reivindicam ter anexado - Donetsk, Luganks, Zaporíjia e Kherson.

A História a ser reescrita

O novo manual de História adotado hoje nas escolas russas ensina que a Ucrânia tem autoridades neonazis, que a Rússia é vítima de um bloqueio económico ocidental e que a invasão foi uma questão de sobrevivência.

Trata-se da inclusão no currículo escolar da guerra desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022, que Moscovo designa como um "operação militar especial".

Um dos autores, o antigo ministro da Cultura e conselheiro presidencial Vladimir Medinsky, disse que seria "uma aberração" não incluir no manual a campanha militar iniciada há pouco mais de 18 meses.

Para isso, foi reduzido o espaço dedicado a outras matérias, o que provocou críticas de especialistas, que consideram que o manual não recorre a fontes históricas e apenas repete a propaganda do Kremlin (Presidência).

Os alunos dos dois últimos anos do ensino secundário (16-18 anos), que iniciaram hoje as aulas, terão de aprender o capítulo intitulado "A Rússia de hoje. Operação militar especial", segundo a agência espanhola EFE.

O manual inclui um mapa da Rússia com as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia, anexadas há um ano, embora o exército russo não as controle na totalidade.

Leia Também: Rússia ameaça atacar instalações militares apoiadas por países ocidentais

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