O partido espanhol Pacma (Partido Animalista Contra o Maltrato Animal) revelou, esta sexta-feira, que vai pedir a intervenção das autoridades, depois de vir a público um vídeo que mostra um veleiro a balear um grupo de orcas, alegadamente no Estreito de Gibraltar.
Segundo a imprensa espanhola, esta é mais uma das várias reações que têm sido partilhadas após a revelação do vídeo. Os factos terão ocorrido na tarde de quinta-feira, perto de Tarifa, e foram filmados pelos ocupantes de uma embarcação de observação de baleias.
Ao que tudo indica, o veleiro foi previamente informado da sua proximidade a um grupo de orcas e, face à aproximação dos animais, respondeu com vários disparos.
Nas imagens é possível ouvir os tripulantes da embarcação turística a gritar.
Na rede social X (antigo Twitter), o Pacma lembra que as orcas "são classificadas como uma espécie vulnerável no Catálogo Espanhol de Espécies Ameaçadas (CEEA), portanto, qualquer ação realizada com o objetivo de matá-las, capturá-las, persegui-las ou perturbá-las é absolutamente proibida".
"Vamos levar estes factos ao conhecimento das autoridades competentes", acrescenta.
¡A tiros con las orcas!
— PACMA (@PartidoPACMA) August 18, 2023
Nos hacen llegar este vídeo que, según se informa, ha sido grabado en el Estrecho, desde una embarcación de observación turística.
Las orcas están catalogadas como especie vulnerable en el Catálogo Español de Especies Amenazadas (CEEA), por lo que está… pic.twitter.com/fhhsSqGLFF
Recorde-se que, em Portugal, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) já tinha referido que, desde 2020, se têm registado interações entre orcas e embarcações, maioritariamente veleiros, na zona do Estreito de Gibraltar, costa portuguesa e Galiza (Espanha).
"Sendo desconhecidas as razões deste comportamento recente e repetitivo para com as embarcações, sabe-se que as interações iniciais, conduzidas por um reduzido grupo de orcas juvenis, são atualmente realizadas por um conjunto mais alargado de animais", explicou o ICNF recentemente, proibindo as embarcações marítimo-turísticas de se aproximarem ativamente de grupos de orcas, de forma a evitar consequências graves.
De acordo com os dados do Grupo de Trabalho Orca Atlântica (GTOA) - equipa de investigadores espanhóis e portugueses da vida marinha que estuda orcas perto da Península Ibérica - mais de 200 interações entre orcas e barcos foram registadas em 2022 na costa atlântica de Portugal e Espanha.
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