Assange? "Se extraditado, será enterrado no buraco mais profundo dos EUA"
Stella Assange defendeu que a vida do marido "está nas mãos do governo australiano", país onde o marido nasceu e que é o "aliado mais importante dos Estados Unidos".
© EPA
Mundo Julian Assange
A mulher de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, alertou, esta segunda-feira, que se o marido for extraditado para os Estados Unidos, onde enfrenta uma pena de 175 anos de prisão, "será enterrado no buraco mais profundo e tenebroso do sistema prisional norte-americano".
As declarações de Stella Assange surgiram na sua primeira viagem à Austrália, onde defendeu que a vida de Julian "está nas mãos do governo australiano", país onde o marido nasceu e que é o "aliado mais importante dos Estados Unidos".
"Se o Julian for extraditado, será enterrado no buraco mais profundo e tenebroso do sistema prisional norte-americano, isolado para sempre", disse Stella Assange num discurso no National Press Club, em Camberra, citada pela estação estatal SBS.
"Temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir que Julian nunca, mas nunca, ponha os pés numa prisão norte-americana. A extradição, neste caso, é uma questão de vida ou de morte", acrescentou.
Stella Assange sublinhou que a "Austrália é o aliado mais importante dos Estados Unidos" e que a "vida de Julian está nas mãos do governo australiano".
Também esta segunda-feira, o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, garantiu estar a trabalhar da "forma mais eficaz possível" para libertar o fundador da WikiLeaks. "Para nós, a prioridade não é fazer algo que seja uma manifestação, mas sim algo que produza um resultado", defendeu, acrescentando que a "continuação da prisão de Julian Assange não serve para nada".
O ‘hacker’ encontra-se detido numa prisão de alta segurança em Londres e está a recorrer contra uma decisão de extradição para os Estados Unidos da América (EUA), onde é acusado de 18 crimes de espionagem e invasão de computadores e enfrenta uma pena de 175 anos de prisão. Em causa está a revelação de abusos dos EUA na sua base militar em Guantánamo, Cuba, e nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
Assange, de 51 anos, foi preso em 2010 por alegados crimes sexuais e passou mais de uma década no Reino Unido. Entre 2012 e 2019 esteve exilado na embaixada do Equador em Londres.
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