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Partido pró-curdo sem candidato às eleições presidenciais turcas

O Partido pró curdo HDP, terceira força política da Turquia, anunciou hoje que não vai apresentar candidato às presidenciais de 14 de maio, uma decisão interpretada como apoio ao candidato da aliança da oposição.

Partido pró-curdo sem candidato às eleições presidenciais turcas
Notícias ao Minuto

10:56 - 22/03/23 por Lusa

Mundo HDP

"Nós não vamos apresentar nenhum candidato às próximas eleições presidenciais", disse Pervin Buldan, do Partido Democrático Popular (HDP), em conferência de imprensa, frisando que "a Turquia precisa de reconciliação, não precisa de conflito".

O HDP, cujo candidato nas eleições presidenciais de 2018 terminou em terceiro lugar com 8,4 por cento dos votos, é encarado como "um fator importante" nas eleições de maio.

Segundo a France Presse, as sondagens que estão a ser publicadas sobre as presidenciais indicam que as eleições podem ser competitivas.

O partido pró curdo, aliado dos pequenos partidos de esquerda encontra-se atualmente fora da coligação de oposição, com seis formações partidárias. 

A menos de oito semanas das presidenciais, o anúncio do HDP é visto como uma tentativa de fragilizar as hipóteses de reeleição de Erdogan, que se mantém no poder há vinte anos, aproveitando as divergências entre os partidos da oposição.  

O chefe de Estado, entre outros assuntos, enfrenta atualmente as consequências dos sismos de fevereiro, que fizeram mais de 50 mil mortos no sul da Turquia. 

O candidato do partido da oposição e líder do Partido Republicano Popular (CHP), Kemal Kiliçdaroglu, tem multiplicado os contactos com o HDP nas últimas semanas. 

Na segunda-feira, encontrou-se com os líderes do HDP e comprometeu-se a colaborar em soluções para "o problema curdo".

Kiliçdaroglu referiu-se às situações de discriminação contra "a língua curda na Turquia" e opôs-se à transmigração de autarcas de origem curda e membros do HDP para o sudeste do país, levada a cabo pelos governadores regionais nomeados pelo Governo.

O HDP é acusado pelo Governo turco de manter ligações com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado terrorista por Ancara.

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