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Boeing despede-se de um ícone da aviação com entrega do último 747

A Boeing despede-se hoje de um ícone da aviação, que ajudou a democratizar o transporte aéreo de passageiros, com a entrega do seu conhecido aparelho 747, o 'Jumbo Jet'.

Boeing despede-se de um ícone da aviação com entrega do último 747
Notícias ao Minuto

23:41 - 31/01/23 por Lusa

Mundo 'Jumbo Jet'

Desde o seu primeiro voo em 1969, o 'gigante e gracioso' 747 serviu como avião de carga, aeronave comercial capaz de transportar cerca de 500 passageiros, transporte para vaivéns espaciais da NASA ou aeronave presidencial 'Air Force One'.

Este aparelho revolucionou as viagens, conectando cidades internacionais que nunca tinham tido rotas diretas e ajudando a democratizar o transporte aéreo de passageiros, noticiou a agência Associated Press (AP).

Nos últimos 15 anos, a norte-americana Boeing e a rival europeia Airbus introduziram aviões de fuselagem mais larga, mais lucrativos e eficientes em termos de combustível, com apenas dois motores ao invés dos quatro do 747.

O último avião é o 1.574.º construído pela Boeing na região de Puget Sound, no Estado de Washington.

Este será entregue à transportadora de mercadoria Atlas Air e é esperada uma grande multidão, quer de atuais, quer de ex-trabalhadores da Boeing, para a despedida final.

"Se amamos esta área, tememos este momento. Já ninguém quer um avião quadrimotor, mas isso não apaga a tremenda contribuição que a aeronave fez para o desenvolvimento da indústria e o seu notável legado", vincou o analista de aviação sénior Richard Aboulafia.

A Boeing decidiu construir o 747 depois de perder um contrato para um enorme avião de transporte militar, o C-5A, aproveitando para uma aeronave civil os novos motores desenvolvidos, que queimavam menos combustível ao passar o ar pelo núcleo do motor, permitindo um maior alcance de voo.

Foram necessários mais de 50.000 funcionários da Boeing em menos de 16 meses para produzir o primeiro 747 -- um esforço hercúleo que lhes rendeu o apelido de "Os Incríveis".

A produção do "Jumbo Jet" exigiu a construção de uma enorme fábrica em Everett, a norte de Seattle, o maior edifício do mundo em volume.

A fuselagem do avião tinha 68,5 metros de comprimento e a cauda era tão alta como um prédio de seis andares. O design da aeronave incluía um segundo andar que se estendia do cockpit até ao primeiro terço do avião, dando-lhe uma 'corcunda' distinta que inspirou o apelido "A Baleia", embora acabasse por ficar conhecido como a "Rainha dos Céus".

Algumas companhias aéreas transformaram o segundo andar num salão de bebidas de primeira classe, mas algumas empresas adaptarem mesmo o andar inferior a salões ou até um piano bar.

Um 747 desativado, originalmente construído para a Singapore Airlines em 1976, foi convertido num hotel de 33 quartos perto do aeroporto de Estocolmo.

"[Este avião] estabeleceu um novo padrão para as companhias aéreas descobrirem o que fazer com ele e como preenchê-lo. Tornou-se a essência das viagens aéreas de massa: não podiam preenchê-lo com pessoas a pagar o preço integral, então baixavam os preços para levar as pessoas a bordo", explicou Guillaume de Syon, professor de história do Albright College da Pensilvânia especializado em aviação e mobilidade.

O primeiro 747 entrou em serviço em 1970 na rota Nova York-Londres da Pan Am, embora tenha surgido num 'timing' péssimo, com a crise do petróleo de 1973, sublinhou Aboulafia.

Um modelo atualizado -- a série 747-400 -- chegou no final dos anos 1980 e teve um timing muito melhor, coincidindo com o crescimento económico asiático do início dos anos 1990, acrescentou, apontando a facilidade para mais pessoas chegarem a outras regiões do planeta.

A Delta foi a última companhia aérea dos Estados Unidos a usar o 747 para voos de passageiros, que terminaram em 2017, embora algumas outras companhias aéreas internacionais continuem a voar com ele, incluindo a companhia aérea alemã Lufthansa.

Leia Também: Boeing declara-se inocente de ocultação de informação sobre os 737 Max

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