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Mali. Peritos da ONU pedem inquérito a alegados crimes do Grupo Wagner

Peritos mandatados pelas Nações Unidas pediram hoje uma "investigação independente" sobre possíveis "crimes de guerra" e "contra a humanidade" cometidos por forças governamentais e mercenários do grupo paramilitar privado russo Wagner, anunciou a organização.

Mali. Peritos da ONU pedem inquérito a alegados crimes do Grupo Wagner
Notícias ao Minuto

11:49 - 31/01/23 por Lusa

Mundo Mali

Desde 2021, estes peritos independentes mandatados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU têm recebido "relatos persistentes e alarmantes de execuções horríveis, valas comuns, atos de tortura, violação e violência sexual, pilhagens, detenções arbitrárias e desaparecimentos forçados perpetrados pelas forças armadas malianas e seus aliados na região de Mopti e noutros locais, no contexto do conflito em curso", referem os peritos numa declaração divulgada hoje.

O texto é assinado pelo grupo de trabalho sobre o uso de mercenários e pelo relator especial sobre direitos humanos e combate ao terrorismo e pelo relator especial sobre tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, mas as conclusões do documento não vinculam a ONU.

"Estamos particularmente preocupados com as notícias credíveis de que, durante vários dias no final de março de 2022, as forças armadas malianas, acompanhadas por soldados suspeitos de pertencerem ao grupo Wagner, executaram várias centenas de pessoas que tinham sido reunidas em Moura, uma aldeia no centro do Mali", dizem, salientando que a maioria das vítimas pertencia à minoria peul.

"Estamos perturbados com o aparente aumento da atribuição de funções militares tradicionais ao grupo Wagner em várias operações militares, incluindo operações definidas como contraterrorismo, nomeadamente em Nia Ouro, Gouni e Fakala", acrescentaram os peritos.

O Mali foi palco de dois golpes de Estado em agosto de 2020 e maio de 2021. Embora nunca o tenha admitido oficialmente, a junta militar recorreu ao grupo Wagner, enquanto expulsava a força militar francesa Barkhane, após anos de luta antiterrorista.

Em novembro, a junta refutou as conclusões de um relatório da Federação Internacional para os Direitos Humanos (FIDH) que já tinha acusado o exército de abusos contra civis, aliança com mercenários Wagner e segregação contra a comunidade fulani.

"O Mali deve exercer a maior vigilância para proibir a participação direta no conflito de todos os indivíduos que operam no seu território. O uso de mercenários e empresas privadas militares e de segurança apenas exacerba o ciclo de violência e impunidade que prevalece no país", disseram os peritos.

Leia Também: Estados Unidos sancionam grupo Wagner e congelam bens

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