"Chapeiros" prometem terminar paralisação após consenso com Governo
A Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (Fematro) chegou a consenso para a retoma do transporte coletivo na cidade e província de Maputo, após o executivo comprometer-se com o pagamento de subsídio de transporte nos próximos seis meses.
© Lusa
Mundo Moçambique
Os "chapas", veículos ligeiros que servem de transporte coletivo em Maputo, paralisaram hoje em protesto contra o agravamento do custo dos combustíveis, provocando longas filas e confusão nalgumas zonas da capital moçambicana.
"Chegamos, sim, a um consenso, vamos retomar as atividades dentro de pouco tempo", disse o presidente da Fematro, Castigo Nhamane, ao canal público Televisão de Moçambique (TVM).
Nhamane avançou que a decisão de os transportadores coletivos de passageiros voltarem a circular foi tomada depois de um consenso alcançado num encontro realizado hoje com o novo ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala.
Na reunião, Magala assegurou que o executivo vai pagar um subsídio de transporte durante seis meses, repetindo uma promessa que o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, fez na última semana.
O presidente da Fematro avançou que uma equipa do Ministério dos Transportes e Comunicações e dos transportadores vão procurar mecanismos de implementação da proposta de pagamento do subsídio, incluindo o montante e a modalidade de desembolso.
"Dentro de dois ou três dias, vamos terminar pormenores técnicos, o ministro [dos Transportes e Comunicações] nomeou já uma equipa que está a trabalhar connosco para que dentro de dois ou três dias tenhamos o assunto fechado", enfatizou Castigo Nhamane.
O subsídio, prosseguiu, vai aliviar os transportadores do "sufoco financeiro" em que se encontram, devido aos recentes agravamentos dos preços dos combustíveis.
Várias pessoas disseram hoje à Lusa que os motoristas encostaram os carros nos principais terminais da periferia da capital, obrigando os utentes a permanecerem durante muito tempo nas paragens, acabando por caminhar vários quilómetros a pé ou a voltar a casa.
Polícias foram colocados nalguns dos principais terminais rodoviários, como Xipamanine, Xiquelene, Compone, Zimpeto, Benfica, Malhazine e Magoanine.
Alguns autocarros tentaram "furar a greve", mas foram impedidos pelos colegas, que exigiram a retirada dos passageiros que iam a bordo.
Temendo saques, vendedores informais não colocaram os produtos à venda nalguns passeios de avenidas e ruas de Maputo, como é hábito neste tipo de atividade.
Na sexta-feira, a Autoridade Reguladora de Energia (Arene) de Moçambique anunciou a terceira subida de preço dos combustíveis deste ano, com o gás de cozinha a subir quase 20%.
Os novos preços entraram em vigor no sábado.
A gasolina subiu de 83,30 meticais (1,24 euros) por litro para 86,97 meticais (1,30 euros) e o gasóleo passou de 78,97 meticais (1,18 euros) para 87,97 meticais (1,32 euros) por litro.
Em 2008 e 2010, o aumento do preço de transporte rodoviário, acompanhado do agravamento do custo dos bens e serviços essenciais, gerou revoltas populares em algumas das principais cidades do país, resultando em confrontos com a polícia e destruição nalguns locais.
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