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António Guterres visita "populações martirizadas" pela violência no Níger

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, encontrou-se hoje com deslocados e refugiados em Ouallam, no Níger ocidental, que descreveu como "populações martirizadas" pela violência rebelde que atingiu os países do Sahel.

António Guterres visita "populações martirizadas" pela violência no Níger
Notícias ao Minuto

17:33 - 03/05/22 por Lusa

Mundo ONU

Diante de dezenas de nigerinos deslocados e refugiados que fugiram do Mali e do Burkina Faso, reunidos no pátio de uma escola, Guterres apelou a uma maior assistência internacional ao Níger, que, além dos ataques, enfrenta também a seca e os efeitos das alterações climáticas.

"A presença de grupos armados no norte do Mali não nos permite regressar hoje a casa em segurança (...). É por isso que lhe pedimos que continue a fazer da nossa situação uma das suas prioridades", pediu ao líder da ONU o porta-voz dos refugiados malianos, Aminata Wallet Issafeitane.

"Podem contar comigo para exigir da comunidade internacional um forte apoio ao exército do Níger, para que tenha a capacidade de melhor vos proteger", respondeu Guterres, mas também para pedir "que apoie o povo do Níger e os refugiados com os recursos necessários para que haja escolas para todos, hospitais que trabalhem".

Sublinhou que estava a terminar a sua visita ao Níger, que começou na segunda-feira em Niamey, agora "com as populações mártires de Ouallam", uma cidade da região de Tillabéri situada na chamada zona das "três fronteiras" entre o Níger, Burkina Faso e Mali, que tem sido palco de ações sangrentas de movimentos ligados à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico desde 2017.

O secretário-geral da ONU insistiu que o exército nigerino "não está suficientemente equipado contra grupos terroristas", sublinhando: "Temos de investir no exército do Níger".

"Agora que houve golpes de Estado no Mali e no Burkina [em 2020 e 2022], o Níger deve ser um muro que os terroristas não são capazes de atravessar", sustentou.

Sem jornalistas, efetuou uma longa visita às forças especiais nigerinas baseadas em Ouallam e supervisionadas pelos exércitos francês e norte-americano.

O Níger, um dos países mais pobres do mundo, acolhe 250.000 pessoas deslocadas e mais de 264.000 refugiados nigerinos e malianos, além de mais de 13.000 burquinabês a fugir da violência extremista, de acordo com a ONU. A violência levou ao encerramento de 800 escolas com mais de 69.400 alunos.

Este ano, o Níger foi também atingido por uma grave crise alimentar devido à seca e à violência 'jihadista' que impediu os agricultores de cultivarem os seus campos.

De acordo com Niamey, mais de 4,4 milhões de pessoas "estarão em grave insegurança alimentar" a partir de julho, ou seja, cerca de 20% da população. Ouallam está entre as áreas mais afetadas, segundo a ONU.

A taxa de desnutrição aguda entre as crianças nigerinas será de 12,5%, ultrapassando o limiar de emergência de 10% estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

António Guterres termina na quarta-feira um périplo por três países africanos -- Senegal, Níger e Nigéria -, onde tem defendido mais investimento internacional para combater os efeitos da covid-19 e da guerra na Ucrânia e também o impacto do terrorismo.

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