Chama Eterna de homenagem a militares extingue-se após 50 anos
A Chama Eterna, que homenageava há 50 anos os soldados indianos mortos durante a guerra indo-paquistanesa de 1971, foi extinta esta sexta-feira para se fundir com a existente no Memorial Nacional da Guerra, apesar das críticas geradas.
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Mundo Índia
As autoridades indianas alegaram que a Chama Eterna, que ardia perpetuamente na Porta da Índia, em Nova Deli, nunca se extinguiu, pois durante a cerimónia militar foi transferida para uma tocha e "fundiu-se" com a chama existente na nova localização, o Memorial Nacional da Guerra.
"Deve ficar claro que a chama não se extinguiu, foi levada para a nova localização, para se fundir com a já existente naquele local", explicou o secretário da Defesa da Índia, Ajay Kumar.
No entanto, a polémica já tinha sido instalada entre a oposição indiana, que considerou "infeliz" que a Chama Eterna, que ardia em homenagem aos "bravos soldados", se tenha apagado.
"Algumas pessoas não vão entender o patriotismo e sacrifícios. Vamos reacender a Chama Eterna para os nossos soldados", frisou Rahul Gandhi, líder do Partido do Congresso, bisneto, neto e filho dos ex-primeiros-ministros Jawaharlal Nehru, Indira Gandhi e Rajiv Gandhi, respetivamente.
Já Priyanka Chaturvedi, representante do grupo político Shiv Sena, no oeste do país, manifestou-se "triste e angustiada" com o novo gesto do governo, liderado pelo partido nacionalista hindu BJP, muitas vezes acusado de querer 'apagar' a história da nação.
O governo indiano salientou que a Chama Eterna presta homenagem, desde 1972, durante o mandato de Indira Gandhi, apenas aos soldados indianos que morreram durante a guerra indo-paquistanesa, enquanto o Memorial Nacional da Guerra, situado a cerca de 400 metros e inaugurado em 2019, presta homenagem a todos os militares que morreram desde a independência dos britânicos em 1947.
O primeiro-ministro, Narendra Modi, demonstrou esta posição durante o dia da República em 2020, quando prestou homenagem em frente ao memorial, sem se deslocar à Chama Eterna, ao contrário do que acontecia habitualmente naquelas cerimónias.
Para o governo, o passado colonial do país fica "para trás", uma vez que a Porta da Índia, erguida em 1931 pelo Império Britânico, apenas inclui nas suas inscrições os nomes dos soldados do exército britânico que morreram durante a Primeira Guerra Mundial e nas guerras anglo-afegãs.
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