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Do Facebook até solo espanhol. A reconstrução da fuga do avião em Palma

Depois de um grupo de marroquinos ter aproveitado uma aterragem em Palma de Maiorca - para assistência a um passageiro - para fugir pelas pistas do aeroporto, 12 pessoas continuam por localizar. Duas delas já terão chegado a Barcelona.

Doze das 24 pessoas que aproveitaram uma aterragem em Palma de Maiorca, num voo que ligava Casablanca a Istambul, para tentar fugir pela pista do aeroporto continuam desaparecidas. Duas delas já terão conseguido chegar à península espanhola.

De acordo com a imprensa do país vizinho, dois dos migrantes apanharam um ferry com destino a Barcelona na manhã de sábado, um dia depois da fuga. Apesar de as autoridades conhecerem as suas identidades, ainda não foi emitido um mandado de busca.

A polícia suspeita que os restantes possam também tê-lo feito, mas com uma identidade falsa.

Quanto aos 12 detidos, estão acusados pelo Ministério Público dos crimes de sedição (que não tem correspondente no Código Penal português, mas assemelha-se, na prática, num ato de rebelia que impede o cumprimento de uma lei), desordem pública e favorecimento da imigração ilegal. Todos se recusaram a testemunhar e ficaram detidos devido ao elevado risco de fuga.

Recorde-se que o incidente aconteceu na passada sexta-feira, pelas 19h00, quando um avião da companhia aérea marroquina Air Arabia, que voava de Casablanca para Istambul, aterrou na capital das Baleares para assistência a um passageiro marroquino, de 32 anos, uma situação que um grupo de 24 pessoas aproveitou para abandonar o avião, o que chegou mesmo a obrigar à interrupção do tráfego aéreo.

O relato dos factos, a que o El Mundo teve acesso, descreve os momentos de tensão vividos no interior do avião após a aterragem em Palma de Maiorca. 

"Aproveitando o facto de que o avião não tinha qualquer vigilância, houve uma grande discussão na aeronave. A tripulação foi repreendida e intimidada por vários passageiros, que pediram para sair para fumar", lê-se na reconstrução do caso, citada pelo jornal espanhol. 

Depois de momentos de tumulto e de uma assistente de bordo ter sido empurrada, mais de 20 pessoas acabaram por conseguir sair da aeronave.

Seguiu-se a fuga pelas pistas do aeroporto, que colocou em risco os fugitivos e as autoridades. Nove minutos depois, a atividade no aeroporto foi suspensa por quase três horas.

Durante as horas seguintes, dezenas de agentes encetaram buscas nas proximidades. Além do passageiro que, alegadamente, se sentiu mal a bordo e que foi detido assim que teve alta, 11 outras pessoas foram detidas.

De acordo com as primeiras investigações, enquanto a maioria dos passageiros tinha mala de porão, entre os 25 diretamente envolvidos no incidente, apenas um tinha despachado bagagem. Os restantes tinham apenas mochilas de mão.

Os investigadores acreditam que a fuga foi planeada e vinculam-na a um grupo de Facebook, composto por jovens marroquinos, denominado 'Brooklyn'.

Nesse grupo, em julho deste ano, há uma publicação que descreve uma ação muito semelhante à que aconteceu no aeroporto de Palma. Para o juiz, este grupo "promoveu a estratégia" realizada em Maiorca.

A ideia seria aproveitar esta aterragem em Espanha para entrar ilegalmente no país, aproveitando o facto de que os marroquinos não precisam de visto para viajar para a Turquia e que o voo entre os dois países sobrevoa espaço aéreo espanhol.

Leia Também: Polícia investiga fuga de migrantes após aterragem em Palma de Maiorca

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