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Centenário acusado de crimes nazis diz estar "inocente" em tribunal

Um antigo guarda de um campo de concentração, atualmente com 100 anos de idade -- a pessoa mais velha acusada de crimes nazis -, disse hoje estar "inocente" das acusações, no segundo dia do seu julgamento na Alemanha.

Centenário acusado de crimes nazis diz estar "inocente" em tribunal
Notícias ao Minuto

13:05 - 08/10/21 por Lusa

Mundo Alemanha

"Não sei nada sobre isso", afirmou Josef Schütz, acrescentando estar inocente, quando questionado sobre as suas atividades durante a II Guerra Mundial no campo de concentração de Sachsenhausen, perto de Berlim.

"Está tudo baralhado [na minha cabeça]", prosseguiu, queixando-se de "estar sozinho" no banco dos réus do tribunal de Brandemburgo no Havel, onde o julgamento deverá decorrer até ao início de janeiro.

Schütz foi, entretanto, interrompido pelo seu próprio advogado, Stefan Waterkamp, que tinha avisado na véspera que o seu cliente não iria falar sobre o período das acusações.

"Tínhamos acordado isto com a Defesa", protestou.

Josef Schütz, um antigo oficial da divisão "Totenkopf" ("Caveira") das Waffen-SS (o braço militar da organização nazi), está a ser julgado por "cumplicidade no assassinato" de 3.518 prisioneiros enquanto operou no campo de concentração de Sachsenhausen, entre 1942 e 1945.

A segunda audiência do julgamento foi dedicada à sua vida antes e depois da guerra.

Schütz chegou sozinho e com a ajuda de um andarilho, mas com um andar relativamente confiante, tendo descrito com detalhe aspetos da sua vida passada, incluindo a época em que trabalhou na quinta familiar, na Lituânia, com os seus sete irmãos e irmãs, e depois o alistamento no exército, em 1938.

Depois da guerra, foi transferido para um campo de prisioneiros na Rússia e instalou-se na Alemanha, em Brandemburgo, uma região perto de Berlim, trabalhando sucessivamente como agricultor e serralheiro.

Em várias ocasiões, o acusado falou especificamente sobre os aniversários passados com as suas filhas e netos e sobre o quanto a sua mulher o admirava.

"Ela estava sempre a dizer-me: não há homem como tu no mundo", contou.

Vinte audiências, limitadas a duas horas devido à sua idade avançada, estão ainda agendadas até ao início de janeiro.

Leia Também: Começa julgamento de homem com 100 anos por crimes nazis na Alemanha

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