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ONG pedem a França que pare expulsão "ilegal" de refugiados chechenos

Várias organizações não-governamentais (ONG) instaram hoje a França a parar "imediatamente" as expulsões de refugiados chechenos, denunciando uma política "ilegal" praticada com pleno "conhecimento" dos riscos corridos pelos interessados assim que chegam a solo russo.

ONG pedem a França que pare expulsão "ilegal" de refugiados chechenos
Notícias ao Minuto

16:51 - 26/05/21 por Lusa

Mundo Migrações

"Na Rússia, os chechenos expulsos de França são recebidos de acordo com um 'modus operandi' já ensaiado", sublinham a Amnistia Internacional-França, a Liga dos Direitos Humanos e o Comité Chechénia num comunicado comum.

"Interceção pelas forças de segurança russas, entrega às forças de segurança chechena (...), sequestro, prisão sob falsas acusações, risco de falsas confissões sob tortura, até mesmo desaparecimentos forçados", enumeraram.

As organizações disseram que "qualquer deportação é realizada com a certeza de que a segurança e a vida do interessado serão ameaçadas assim que chegar à Rússia", dando conta de que pelo menos 10 requerentes de asilo ou refugiados de origem chechena foram expulsos pelas autoridades francesas entre novembro de 2020 e maio de 2021.

"Dois deles -- Ilias Sadulaiev e Lezi Artsuiev, expulsos de França em 12 de março e 5 de abril, respetivamente, desapareceram após chegar à Rússia e reapareceram várias semanas depois, sem que os familiares os tenham podido visitar ou ter informações", assinalaram as ONG, pedindo a França que "acabe de imediato com esta política de expulsões perigosas, desumanas e ilegais".

A França divulgou a vontade de intensificar as expulsões de cidadãos russos originários da Chechénia após o assassínio, em outubro de 2020, do professor Samuel Paty, morto por um jovem refugiado checheno.

Após o drama, o ministro do Interior, Gerald Darmanin, deslocou-se a Moscovo para discutir as modalidades das expulsões, visita que suscitou preocupações na pequena comunidade chechena de França, que teme uma punição "coletiva".

A sua preocupação aumentou em abril com a controversa expulsão para a Rússia de Magomed Gadaev, opositor do dirigente checheno Ramzan Kadyrov, que dirige com mão de ferro aquela república do Cáucaso.

Magomed Gadaev, que estava inscrito na lista dos indivíduos que representam um risco para "a segurança do Estado", viu rejeitado o seu pedido de asilo e foi expulso, apesar de um parecer do Tribunal Nacional do Direito de Asilo de que uma expulsão para a Rússia era contrária à lei internacional.

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