Milhares de manifestantes marcham em Argel contra o regime

Milhares de manifestantes marcharam hoje na capital da Argélia, no protesto semanal do movimento anti-regime Hirak, desafiando a forte presença policial, mas sem registo de incidentes graves.

Hirak

© AFP via Getty Images

Lusa
07/05/2021 23:15 ‧ 07/05/2021 por Lusa

Mundo

Argélia

 

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Pela primeira vez desde a retoma das marchas promovidas pelo Hirak, em fevereiro, os manifestantes mudaram o percurso para contornar os vários cordões e veículos da polícia, que bloqueavam o acesso à artéria principal de Argel, o habitual local de concentração dos 'hiraquistas', de acordo com a agência France-Presse (AFP).

Os manifestantes partiram do popular bairro de Bab El-oued e dirigiram-se a Belouizdad (antigo distrito de Belcourt), outro reduto do Hirak, em vez de se reunirem, como habitualmente, no centro da cidade.

"Para contornar a repressão policial, Belouizdad é o coração do Hirak nesta sexta-feira", escreveu Tayeb Belazoug, um participante habitual nas marchas em Argel, na sua página no Facebook.

Os manifestantes gritaram "não vamos parar", dirigindo-se aos agentes da polícia que se posicionaram em massa no centro da capital.

Na sexta-feira passada, a polícia dispersou a marcha Hirak em Argel com cassetetes e fez várias detenções.

"A repressão só tem o efeito de fortalecer a vontade de lutar e cimentar a solidariedade de quem a sofre", lia-se hoje nos cartazes dos manifestantes.

Os manifestantes também reiteraram a sua rejeição às eleições parlamentares antecipadas convocadas pelo governo em 12 de junho.

"Não há eleições com os gangues da máfia no poder", repetiram.

Segundo o Comité Nacional para a Libertação de Detidos (CNLD), mais de 70 pessoas estão atualmente nas prisões por acusações relacionadas com o 'Hirak' ou liberdades individuais.

Este movimento de contestação de massas, inédito e sem uma direção política visível, surgiu em fevereiro de 2019 através de mobilizações de rua nas terças e sextas-feiras, para contestar o quinto mandato do ex-Presidente Abdelaziz Bouteflika, que resignou ao cargo dois meses depois.

O movimento, que registou uma pausa de cerca de um ano devido à pandemia, exige ainda uma alteração radical do sistema no país, vigente desde a independência em 1962, com largo predomínio da hierarquia militar.

Esta é acusada pelos manifestantes de ter renunciado aos valores originais da revolução argelina e de se ter tornado sinónimo de autoritarismo e corrupção.

Leia Também: Argélia: 300 personalidades apelam contra "criminalização" do 'Hirak'

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