Renato Barros Nobre tornou-se conhecido do grande público por ter feito parque do elenco de bailarinos de várias edições do programa 'Dança Com as Estrelas', da TVI. Esta quarta-feira, 9 de julho, o profissional da dança marcou presença no 'Dois às 10', da TVI, para contar em televisão o trágico acidente que sofreu em 2023 e que quase lhe roubou a vida.
Renato Barros Nobre, que foi par de nomes como Carolina Deslandes, Inês Aires Pereira ou Carla Andrino no 'Dança Com as Estrelas', circulava de mota quando foi abalroado por um carro.
"Dia 19 de abril de 2023 tenho um acidente muito grave de viação. Ia a conduzir a minha mota e tive a infelicidade de uma senhora ter batido contra mim, de alguma forma me ter completamente abalroado. Acordei cinco dias depois do acidente sem me lembrar de rigorosamente nada" contou.
O bailarino estava na época "na melhor fase" da sua carreira. "À parte da dança, eu estava a terminar o mestrado em ensino da educação física", explicou, dando conta de que a dança, que praticava desde os 15 anos, e o desporto eram as suas principais atividades.
"Foi um choque muito grande ter de parar de forma tão repentina", confidenciou.
"Lembro-me de ter pedido ao meu irmão: então, mata-me"
Renato ficou em coma nos primeiros dias após o acidente, quase foi amputado e sofreu diversas lesões graves. Teve uma fratura periorbitária, "com alguma perda de visão", fratura do pulso esquerdo, partiu três dedos, teve lesões graves ao nível da urologia, que levantaram suspeitas de tetraplegia, fratura do colo do fémur, que fez com que ainda hoje tenha três parafusos na anca, e fratura do fémur.
"Não fazia nada, estava completamente dependente de outras pessoas para me darem a comida à boca", disse lembrando os primeiros tempos de internamento, em que dias as duas mãos e braços engessados.
Durante o longo período de recuperação, o bailarino profissional foi confrontado em diversos momentos com a gravidade das suas lesões e, assume, chegou mesmo a desejar ter morrido.
"Lembro-me de um momento que foi muito sensível para mim, que foi ter pedido ao meu irmão, nos cuidados intensivos, porque ele disse-me: 'Renato, tu não vais à Eurovisão'. Eu pensei, ok, então isto é mais grave do que aquilo que eu pensava. Lembro-me de ter pedido ao meu irmão: então, mata-me", disse ao conversar com Cristina Ferreira e Cláudio Ramos.
"Não vais voltar a andar como uma pessoa normal"
"O prognóstico sempre foi muito grave", contou Renato, que ouviu dos médicos que não iria conseguir fazer flexões "nunca mais" e que devia começar a pensar num plano b para a sua vida profissional.
"Não vais voltar a andar como uma pessoa normal", disse-lhe uma médica.
Cifrão, conhecido coreógrafo, foi uma das pessoas que mais apoiou Renato no seu processo de recuperação e quem o ajudou recentemente a voltar ao ativo.
Contra todas as expectativas e depois de sete meses de internamento, o bailarino voltou a fazer da dança a sua vida. No processo passou por "muita fisioterapia e muita dor" mas com "muita força de vontade e amor" conseguiu.
A mulher que provocou o acidente mentiu e tentou culpá-lo
A mulher que terá, alegadamente, provocado o acidente que vitimou Renato Nobre nunca o procurou para um pedido de desculpa. O bailarino explicou que entende este comportamento, uma vez que existem diferentes formas de lidar com a dor, aquilo que não consegue perdoar é o facto de esta ter mentido relativamente ao que aconteceu.
"É muito difícil aceitar que esta senhora disse numa declaração amigável que eu é que fui contra ela", notou, explicando que apenas conseguiu provar que foi a mulher quem o abalroou através dos testemunhos de quem viu o acidente.
Há um mês, o bailarino de 'Dança Com as Estrelas' viu provado que não teve culpa do acidente. A seguradora da culpada assumiu por inteiro a responsabilidade do mesmo.
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