"Guerra comercial entres os dois lados do Atlântico deve ser evitada"

A primeira-ministra de Itália apelou hoje a que se evite "a todo o custo" uma guerra comercial entre Europa e Estados Unidos, tendo ao mesmo tempo saudado a "mudança de posição" do Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a Ucrânia.

Giorgia Meloni

© Simona Granati - Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
15/07/2025 18:21 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Guerra comercial

"Uma guerra comercial entre os dois lados do Atlântico deve ser evitada a todo o custo", afirmou Giorgia Meloni, em declarações à imprensa após um encontro com o chanceler austríaco, Karl Stocker, em Roma, no qual discutiram "as negociações comerciais em curso entre a Europa e os Estados Unidos", à luz do recente anúncio de Trump sobre a imposição de tarifas de 30% sobre produtos da União Europeia (UE) a partir de 01 de agosto.

 

"Continuaremos, juntamente com os outros dirigentes e, naturalmente, em contacto permanente com a Comissão Europeia, a trabalhar para que se chegue a um acordo mutuamente benéfico antes de 01 de agosto", disse a chefe de Governo de Itália.

A primeira-ministra e líder do partido Irmãos de Itália (direita radical), que nos últimos dias tem sido acusada pelos partidos da oposição italiana de ser demasiado complacente com Donald Trump e de ter falhado nos seus esforços de ser a "ponte" entre a administração norte-americana e a UE, defendeu ainda o reforço do Ocidente "como um todo" como a única via a seguir.

"Para mim, o objetivo continua a ser o de reforçar o Ocidente como um todo e tornar as nossas economias fortemente interligadas ainda mais fortes. Quaisquer outros cenários não fariam qualquer sentido no contexto atual", sustentou.

Nas mesmas declarações à imprensa, o chanceler Stocker disse "concordar plenamente" que a reação da UE face às "recentes ameaças de Washington" deve ser "unida e resoluta", apontando também como objetivo chegar a um acordo antes de 01 de agosto.

"Continuamos empenhados em negociações sérias com os Estados Unidos e continuaremos a apoiar a Comissão Europeia", disse.

Outro dos assuntos abordados na reunião entre os dois líderes foi a guerra na Ucrânia, tendo Meloni deplorado a recusa do Presidente russo, Vladimir Putin, em acolher "a vontade de diálogo" da administração Trump e elogiado a recente mudança de atitude do Presidente norte-americano, que, na véspera, mostrou abertura para o envio de sistemas de defesa antiaérea Patriot para a Ucrânia e ameaçou Moscovo com a imposição de sanções se não houver um acordo de paz no prazo de 50 dias.

"Continuamos a não ver quaisquer progressos do lado russo. A Rússia continua a atingir civis com ataques cada vez mais brutais, demonstrando quão pouco Moscovo está empenhado em construir a paz que todos procuramos, apesar da vontade da administração Trump de encetar o diálogo, que Putin decidiu não acolher. Vemos uma mudança de posição por parte dos Estados Unidos e congratulamo-nos com isso", declarou Meloni.

A primeira-ministra italiana, que na semana passada copresidiu em Roma, juntamente com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a uma Conferência sobre a Recuperação da Ucrânia, reiterou que "o objetivo comum é devolver à Ucrânia um futuro de paz, segurança e liberdade", argumentando que, para alcançar esse futuro, é preciso, "por um lado, continuar a apoiar a Ucrânia para que se possa defender, e, por outro lado, aumentar a pressão sobre a Rússia".

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

Leia Também: Tarifas? OMC projeta estagnação quase total do comércio internacional

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