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Myanmar. ASEAN deve retirar convite a general birmanês para cimeira

A organização Human Rights Watch instou hoje a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) a retirar imediatamente o convite ao líder da junta militar em Myanmar, general Min Aung Hlaing, para participar na cimeira do bloco asiático.

Myanmar. ASEAN deve retirar convite a general birmanês para cimeira
Notícias ao Minuto

10:11 - 21/04/21 por Lusa

Mundo ONG

A ASEAN agendou uma reunião de emergência em Jacarta, na Indonésia, que vai decorrer no sábado, para discutir a crise em Myanmar (antiga Birmânia).

A organização não-governamental (ONG) dos direitos humanos referiu, num documento hoje publicado, que "a inclusão de Min Aung Hlaing na cimeira da ASEAN dá uma legitimidade injustificada" à junta militar sobre o governo democraticamente eleito em Myanmar - do qual faz parte líder de facto Aung San Suu Kyi -, que os militares depuseram num golpe de estado ocorrido em 01 de fevereiro.

"Antes e depois do golpe, os Estados Unidos, o Reino Unido e a União Europeia (UE) impuseram sanções financeiras e de viagens a Min Aung Hlaing devido ao seu envolvimento em graves violações dos direitos humanos como comandante-chefe militar", referiu a Human Rights Watch (HRW).

Para a ONG, no lugar do convite ao general birmanês, os membros da ASEAN deveriam "aproveitar esta oportunidade para impor sanções económicas direcionadas aos líderes da junta e às empresas que a financiam, e pressionar a junta para libertar presos políticos, acabar com os abusos e restaurar o governo democraticamente eleito do país".

"A Malásia e a Indonésia expressaram publicamente a sua preocupação com o golpe, e Singapura e as Filipinas pediram às forças de segurança de Myanmar que exerçam moderação", referiu a organização de direitos humanos.

No entanto, segundo a HRW, a ASEAN como grupo fez pouco mais do que apelar a "todas as partes" para se absterem da violência e procurarem uma solução pacífica por meio do "diálogo construtivo".

"Os protestos que decorrem em Myanmar, organizados pelo Movimento Nacional de Desobediência Civil, demonstraram ampla oposição à junta militar, que governou o país durante a maior parte dos últimos 60 anos", sublinhou a HRW.

De acordo com a ONG, "a resposta da junta aos protestos amplamente pacíficos tem sido cada vez mais brutal".

"A ASEAN deve desempenhar um papel construtivo na resolução da crise de Myanmar, não fornecendo um pódio para o general responsável por criá-la", disse Brad Adams, diretor da HRW para a Ásia.

Para o responsável, a ASEAN "deve deixar claro que está ao lado do Governo democraticamente eleito de Myanmar e exigir prestação de contas de Min Aung Hlaing e de outros líderes da junta, responsáveis pelas mortes de centenas em protestos pela democracia".

A ONG referiu que "desde o golpe, as forças de segurança mataram mais de 700 pessoas, incluindo cerca de 45 crianças com menos de cinco anos, e prenderam cerca de 3.200 ativistas, jornalistas, funcionários públicos e políticos. Centenas de pessoas desapareceram à força, o que pode ser considerado um crime contra a humanidade".

Leia Também: Guterres e Ban Ki-Moon pedem que ASEAN encontre uma solução para Myanmar

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