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Partidos do Governo tentam por fim a escândalo do "caso das máscaras"

Os partidos da coligação governamental na Alemanha tentam pôr um fim à polémica conhecida como "caso das máscaras", que levou à expulsão de dois eurodeputados, exigindo uma clarificação sobre eventuais benefícios recebidos por outros parlamentares.

Partidos do Governo tentam por fim a escândalo do "caso das máscaras"
Notícias ao Minuto

13:35 - 10/03/21 por Lusa

Mundo Alemanha

O Partido Democrata Cristão (CDU) e o seu aliado bávaro (CSU) exigem a garantia de que nenhum deputado recebeu qualquer pagamento, diretamente ou através de uma empresa, com a compra ou venda de produtos médicos, incluindo equipamento de proteção contra a covid-19.

Com esta clarificação, os partidos da coligação governamental querem garantir que o "caso da máscara" não será um embaraço político na campanha para as eleições legislativas que decorrerão no final do ano.

Isto depois de dois eurodeputados - Georg Nusslein (CSU) e Nikolas Lobel (CDU) -- terem sido expulsos dos partidos, após se ter confirmado que tinham recebido, direta ou indiretamente, comissões de várias centenas de milhares de euros num negócio de compra de máscaras de proteção individual.

"Como membros do Parlamento, consideramos que temos uma responsabilidade especial por garantir o bem comum. Isso é particularmente verdadeiro numa crise como a atual pandemia. A má conduta de indivíduos não deve trazer descrédito ao grupo parlamentar", escreveram Ralph Brinkhaus (CDU) e Alexander Dobrindt (CSU) numa carta enviada aos 244 deputados dos dois partidos.

O "caso das máscaras" - que levou à abertura de investigação por fraude e corrupção por parte da procuradoria de Munique e buscas a domicílios de vários deputados -- surge quando os partidos vão a votos em eleições regionais, no domingo, e a eleições gerais, em setembro.

Enquanto isso, os deputados da oposição anunciaram que vão questionar a chanceler alemã, Angela Merkel, e o seu ministro das Finanças, Olaf Scholz, sobre o seu envolvimento no caso da empresa de sistema de pagamentos Wirecard -- uma outra polémica que está a abalar o prestígio da coligação governamental.

A Wirecard pediu proteção contra credores, através de um processo de insolvência apresentado em junho passado, depois de ter admitido que 1,9 mil milhões de euros, alegadamente mantidos em contas nas Filipinas, afinal não existem.

Agora, os deputados do Parlamento alemão criaram uma comissão de inquérito para investigar o escândalo da Wirecard, anunciando que vão querer ouvir a chanceler e o ministro Scholz, que é um potencial sucessor de Merkel numa candidatura à chefia do Governo, nas eleições de setembro.

A oposição acusa as autoridades de supervisão de terem sido negligentes na monitorização da atividade da Wirecard, menosprezando relatórios que denunciavam irregularidades na atividade daquela empresa há pelo menos cinco anos.

"Nós, na Alemanha, temos uma cultura de não responsabilidade, de apenas tentar perceber quem tem jurisdição e quem não tem jurisdição, sem pensar o suficiente sobre os problemas essenciais", disse Florian Toncar, um deputado do Partido Democrata Livre.

Merkel enfrentará perguntas sobre o seu esforço de pressão para a entrada da Wirecard no mercado chinês, durante uma viagem a Pequim em 2019.

Toncar também acusa Scholz de não ter cumprido a promessa de reformar a agência de supervisão financeira na Alemanha, permitindo que este género de falhas de controlo possa suceder com frequência.

Leia Também: Deputado da CDU de Merkel demite-se após escândalo com venda de máscaras

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