Jovem dá-se como culpado por participação em manifestações de 2019
Um adolescente de 16 anos de Hong Kong tornou-se hoje na pessoa mais jovem a declarar-se culpada de participar em motins durante os protestos pró-democracia em 2019.
© Reuters
Mundo Hong Kong
O jovem, que na altura dos acontecimentos tinha 14 anos, admitiu ter lançado um cocktail Molotov à polícia.
O juiz, que seguiu as recomendações dos serviços penitenciários, decidiu enviar o rapaz para um centro correcional, uma alternativa à prisão para jovens delinquentes.
A duração da sua detenção, que deverá ser de um a seis meses, será determinada pela administração prisional.
O adolescente, cuja identidade não pôde ser revelada, por razões legais, tinha sido detido em novembro de 2019.
Foi condenado por fogo posto e participação num motim, admitindo ter lançado um cocktail Molotov na direção da polícia, a pedido de outros manifestantes.
"O tribunal deve encontrar um justo equilíbrio entre [defender] os interesses da sociedade e ajudar os jovens delinquentes", disse o juiz Ernest Lin.
Mais de 10.000 pessoas foram presas em relação com os enormes protestos que abalaram a cidade durante mais de seis meses em 2019. Entre eles, cerca de 40% eram estudantes.
A mobilização pró-democracia no território foi muito forte até ao final de 2019, com manifestações que chegaram a ter dois milhões de pessoas, segundo os organizadores dos protestos.
Mas estes milhares de detenções, e especialmente a chegada do coronavírus, conseguiram asfixiar o movimento no início de 2020.
Em junho de 2020, a resposta de Pequim aos protestos em Hong Kong surgiu com a imposição da lei da segurança na região administrativa especial chinesa, o que levou ativistas a refugiarem-se no Reino Unido e em Taiwan.
A lei pune atividades subversivas, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras, com penas que podem ir até à prisão perpétua.
Hong Kong regressou à soberania da China em 1997, com um acordo que garante ao território 50 anos de autonomia a nível executivo, legislativo e judicial, bem como liberdades desconhecidas no resto do país, ao abrigo do princípio "um país, dois sistemas", também aplicado em Macau, sob administração chinesa desde 1999.
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