A JEP, que investiga estes casos, no qual estão envolvidas forças militares e policiais, conclui que "pelo menos 6.402 colombianos foram mortos e apresentados ilegalmente como caídos em combate entre 2002 e 2008", precisou em comunicado.
A revelação desta prática, no jargão militar designados por "falsos positivos", constitui um dos maiores escândalos que envolvem as Forças armadas colombianas durante cerca de seis décadas de confronto com as guerrilhas de esquerda.
Apesar de o Estado-Maior das forças armadas colombianas ter sempre negado tratar-se de uma prática sistemática, diversos soldados e oficiais declararam perante o tribunal de paz ter cometido execuções para aumentar os "resultados" sob pressão dos seus superiores.
Até 2020, o procurador-geral tinha registado 2.249 execuções extrajudiciais cometidas entre 1998 e 2014, incluindo 59% entre 2006 e 2008, no decurso do governo do ex-Presidente de direita Álvaro Uribe (2002-2010).
Segundo A JEP, a maioria dos "falsos positivos" foram mortos no departamento de Antioquia (noroeste), onde o exército e as milícias paramilitares de extrema-direita combatiam as forças da guerrilha.
"A IV Brigada, que controlava esta zona, poderá ser responsável por 73% das mortes detetadas neste departamento entre 2000 e 2013", precisou o tribunal.
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