MSF alertam para crise humanitária em distrito do norte de Moçambique

A organização não governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou para a "difícil combinação" de fenónomenos climáticos extremos, sistemas de saúde frágeis e doenças que afetam um distrito da província de Nampula, no norte de Moçambique.

Autoridades alertam para chuva e vento forte no sul de Moçambique na sexta-feira

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Lusa
11/07/2025 09:28 ‧ há 3 horas por Lusa

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"No distrito rural de Mogovolas, localizado na província de Nampula, no norte de Moçambique, as pessoas enfrentam uma difícil combinação de extremos climáticos, sistemas de saúde frágeis e doenças que o mundo muitas vezes esquece", lê-se num comunicado dos MSF.

 

De acordo com a organização, as estações chuvosas inundaram os campos e danificaram a frágil infraestrutura do distrito, criando condições para o recrudescimento de doenças, como esquistossomose e filariose linfática, "que recebem pouco investimento em pesquisa, tratamento ou financiamento global, apesar de seu impacto significativo".

Os MSF disseram que, desde 2022, "realizou um conjunto de atividades de saúde em resposta a esses desafios, visando fortalecer a capacidade local e melhorar o acesso aos cuidados".

Nelson Nuvunga, enfermeiro dos MSF, citado no documento, explicou que as equipas da ONG apoiaram centros de saúde rurais em oito locais "para tratar doenças negligenciadas" e trabalharam em estreita colaboração com as comunidades locais "para entender melhor e responder às necessidades de saúde sensíveis ao clima".

"Quase 19.700 casos de doenças tropicais negligenciadas foram diagnosticadas e tratadas, incluindo mais de 12 mil casos de sarna, mais de 6.300 casos de esquistossomose geniturinária e 856 casos de filariose linfática", entre 2022 e 2024, refere.

Segundo o relatório, no mesmo período, mais de 45 mil consultas de pacientes foram apoiadas por equipas dos MSF e foram efetuadas 1.800 transfusões de sangue a pacientes necessitados, "incluindo com anemia grave relacionada à malária".

"Para apoiar pacientes com malária grave, as nossas equipas também estabeleceram um banco de sangue local no centro de saúde Nametil para reduzir atrasos e garantir transfusões de sangue seguras", explicaram os MSF.

Para a ONG, as doenças tropicais negligenciadas geralmente persistem "não porque são intratáveis, mas porque são ignoradas", uma vez que afetam, principalmente, "as comunidades mais pobres e remotas, onde o interesse político limitado, o financiamento escasso e os sistemas de saúde fracos significam que essas doenças recebem pouca atenção".

"Os MSF continuam a fornecer ajuda médico-humanitária em Moçambique, com projetos em andamento na província de Cabo Delgado [norte]. Também estão envolvidos na preparação e resposta epidémica, particularmente para surtos de doenças e emergências climáticas extremas", acrescentou a organização.

Leia Também: Governo de Moçambique cria equipa para apoiar sem abrigo em Maputo

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