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Sudão "emancipou-se do bloqueio internacional"

O primeiro-ministro sudanês, Abdallah Hamdok, afirmou hoje que o Sudão se "emancipou do bloqueio internacional e global", aplaudindo a decisão dos Estados Unidos de retirarem a nação africana da lista de países que patrocinam o terrorismo.

Sudão "emancipou-se do bloqueio internacional"
Notícias ao Minuto

12:28 - 14/12/20 por Lusa

Mundo Abdallah Hamdok

"Após mais de duas décadas, anuncio ao nosso povo a remoção do nome do Sudão da lista de países que patrocinam o terrorismo e a nossa emancipação do bloqueio internacional e global", disse Hamdok hoje na sua conta na rede social Twitter.

Com estas palavras, o primeiro-ministro sudanês disse que esta decisão anunciada hoje pela embaixada norte-americana em Cartum põe fim ao bloqueio económico e financeiro do país, algo herdado da "atitude do regime derrubado" do ex-presidente Omar al-Bashir.

Hamdok disse que o fim desta "lista negra" ajudará o país a implementar uma reforma económica, atrair investimentos, criar oportunidades de emprego para os jovens e permitir a realização de transferências de e para o exterior.

O país, garantiu, vai recuperar "o seu caminho natural" nos próximos três anos.

Pelo seu lado, o presidente do Conselho Soberano Sudanês, general Abdelfatah al Burhan, também felicitou os sudaneses via Twitter pela saída do país da lista negra, um marco alcançado graças à revolução que derrubou Al-Bashir em dezembro de 2018.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, assinou hoje a saída do Sudão da lista de países patrocinadores do terrorismo, na qual figurava desde 1993, informou num comunicado a embaixada dos EUA em Cartum.

"O período de notificação de 45 dias ao Congresso expirou e o secretário de Estado assinou a anulação da designação de patrocinador do terrorismo do Sudão ", diz a nota publicada na página oficial da embaixada norte-americana na rede social Facebook.

Em 23 de outubro, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que tinha assinado uma ordem para retirar o Sudão da lista de países patrocinadores do terrorismo, na qual estava desde 1993 devido ao apoio do anterior regime de Omar al-Bashir a pessoas como o fundador da Al-Qaida, Osama bin Laden, que residiu em território sudanês por cinco anos.

No entanto, a Administração dos Estados Unidos foi obrigada a notificar o Congresso sobre essa ordem executiva antes de entrar em vigor.

Trump disse que retiraria o Sudão da lista de países patrocinadores do terrorismo depois de as autoridades de Cartum concordaram em pagar 335 milhões de dólares de indemnização às famílias das vítimas do terrorismo, quantia que o Governo sudanês já depositou numa conta de garantia conjunta.

Logo depois, Trump anunciou que o Sudão e Israel normalizariam as relações, algo que Washington tem pressionado Cartum a fazer nos últimos meses, um passo que as autoridades sudanesas reconheceram estar ligado à exclusão da lista negra.

Os tribunais norte-americanos responsabilizaram o Sudão por cumplicidade dos ataques da Al-Qaida às embaixadas dos Estados Unidos em 1998 no Quénia e na Tanzânia, e pelo bombardeamento do navio USS Cole em 2000 no do Golfo de Áden.

O novo executivo de transição sudanês, acordado entre os militares que derrubaram Al-Bashir em 2019 e a oposição civil, tem feito esforços nos últimos meses para sair da lista negra e tem tentado obter o apoio de vários países e organizações internacionais com este fim.

O Governo sudanês precisa de sair da lista com urgência para ter acesso à ajuda de agências multilaterais de crédito em meio a uma profunda crise económica que ameaça todo o processo de transição.

Com a retirada do Sudão da lista de nações que apoiam o terrorismo, apenas permanecem nela Irão, Síria e Coreia do Norte.

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