Americanos rejeitam estudo "unilateral" de vítimas civis no Afeganistão
Os militares dos Estados Unidos no Afeganistão rejeitaram hoje o que descreveram como um estudo "unilateral" do aumento de vítimas civis causadas por ataques aéreos da coligação liderada pelos EUA entre 2016 e 2019.
© Exército
Mundo Afeganistão
O número de civis mortos a cada ano nesses ataques aumentou 330% durante este período, de acordo com o estudo do Instituto Watson da Brown University (Rhode Island), divulgado na segunda-feira.
"Não concordamos com essa análise tendenciosa", respondeu o coronel Sonny Leggett, porta-voz das forças dos EUA no Afeganistão, em comunicado.
Em 2019, 700 civis afegãos foram mortos nos bombardeamentos, o maior número anual de mortes desde 2001 e 2002, os primeiros anos da guerra no Afeganistão, de acordo com o estudo.
Os Estados Unidos optaram em 2017 por suspender as restrições até então impostas às forças americanas no Afeganistão para realizar ataques aéreos contra os Talibãs.
Mas, de acordo com Leggett, o estudo "é baseado em dados contestados e não leva em consideração as vítimas civis causadas por ataques dos Talibãs e do grupo Estado Islâmico".
"Isso inclui o uso contínuo pelos Talibãs de viaturas armadilhadas, engenhos explosivos improvisados, 'rockets' e assassinatos seletivos para intimidar, assediar e instalar o medo em todo o Afeganistão", precisou.
Leggett também disse que as forças afegãs fizeram "um esforço extraordinário" para evitar baixas de civis.
Desde o acordo de paz assinado em fevereiro entre os Estados Unidos e os Talibãs foi o exército afegão que assumiu e multiplicou os ataques aéreos para pressionar os Talibãs.
Estes ataques causaram "mais vidas de civis do que nunca em toda a sua história", disse Neta Crawford, codiretora do projeto "Custo da Guerra" da Universidade Brown, que escreveu o estudo em questão.
Durante os primeiros seis meses do ano, 86 civis afegãos foram mortos e 103 feridos em ataques aéreos do exército afegão.
No terceiro trimestre, enquanto representantes do Governo afegão e os Talibãs negociavam em Doha, no Qatar, foram contabilizados 70 mortos e 90 feridos.
As duas partes anunciaram na semana passada um acordo sobre os procedimentos para as negociações, uma questão entre outras que até então impedia o avanço nas negociações de paz, lançadas em setembro no Qatar.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com