Berlim desaconselha viagens de iranianos com dupla nacionalidade ao Irão
A diplomacia alemã desaconselhou hoje os iranianos com dupla nacionalidade de realizarem deslocações ao Irão, alertando para o risco de serem detidos na República Islâmica "sem um motivo compreensível".
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Mundo Berlim
"Desaconselhamos vivamente as viagens não essenciais para pessoas que também têm cidadania iraniana", alertou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha na sua página oficial na Internet.
"As recusas de entrada e de saída também ocorrem sem motivo conhecido", acrescentou a informação publicada na página 'online' da diplomacia alemã.
De acordo com o ministério, se uma pessoa tem outra nacionalidade além da iraniana, as autoridades de Teerão não a têm em consideração e, segundo frisou, a assistência consular "é consideravelmente limitada, se não impossível".
"No passado, ocorreram várias detenções de cidadãos com dupla nacionalidade alemã-iraniana, muitas vezes sem motivos compreensíveis, a última aconteceu em outubro de 2020", indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, sem dar pormenores do caso mencionado.
Para a Sociedade Internacional para os Direitos Humanos (SIDH), o caso referenciado pela diplomacia alemã poderá ser o da arquiteta e ativista Nahid Taghavi, de 66 anos, que tem nacionalidade alemã-iraniana e que foi detida no seu apartamento em Teerão no passado dia 16 de outubro.
Segundo a organização não-governamental (ONG), Nahid Taghavi encontra-se atualmente detida e em isolamento na prisão de Evin.
Nahid Taghavi, que durante vários anos participou em ações de defesa dos direitos humanos no Irão, em particular pelos direitos das mulheres e pela liberdade de expressão, foi acusada pelas autoridades iranianas de "colocar em perigo a segurança", de acordo com a SIDH.
"É uma acusação frequentemente utilizada no Irão, em particular contra pessoas que têm dupla nacionalidade", afirmou, em declarações à agência France-Presse (AFP), um dos porta-vozes da ONG, Valerio Kruger.
"Esta detenção serve ao regime por razões políticas, acusando às vezes as pessoas de espionagem, muitas vezes com pedidos de resgate por detrás", acrescentou o porta-voz.
A filha de Nahid Taghavi, Mariam Claren, que vive na Alemanha, luta há mais de um mês para conseguir a libertação da mãe, nomeadamente com uma campanha de sensibilização nas redes sociais.
Mariam Claren afirma que não tem informações sobre a mãe desde a sua detenção pelas autoridades iranianas.
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