Nagorno-Karabakh: Provedor denuncia cenário de "desastre humanitário"
O enclave Nagorno-Karabakh é cenário de um "desastre humanitário", devido aos bombardeamentos do Azerbaijão contra a população civil, participação de terroristas nos combates e uso de armamento proibido, disse hoje o Provedor de Justiça de Karabakh.
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Mundo Justiça
"Devido a ameaças à segurança e ao terror psicológico, muitos tiveram de abandonar as suas casas. Temos milhares de refugiados e deslocados. O número pode ser superior a 80 mil, que é mais de 50% da população", disse Artak Beglarián, em declarações à agência EFE, em Stepanakert, a capital do enclave.
Desde 27 de setembro, data do início dos combates entre as forças arménias e azeris, que disputam o pequeno território montanhoso de Nagorno-Karabakh que é motivo de conflitos desde há séculos, morreram 240 soldados e dezenas de civis, além de 80 terem ficado feridos.
Beglarián estimou ainda que mais de duas mil propriedades tenham ficado destruídas, com os bombardeamentos a atingirem também estruturas civis, como escolas, creches, fábricas e centrais elétricas.
"Tudo isto mostra que as forças do Azerbaijão estão a atingir civis de forma intencional e sistemática. Bombardearam a capital com armamento pesado, as suas infraestruturas e edifícios", acrescentou.
Segundo o responsável, os ataques são "indiscriminados" e, por isso, todos estão em perigo e aqueles que ainda não abandonaram a capital do enclave "devem refugiar-se".
A região do Nagorno-Karabakh, no Cáucaso do Sul, tem sido alvo de uma escalada no conflito latente há vários anos entre o Azerbaijão e os separatistas apoiados pela Arménia.
A região é também uma zona onde se concentram interesses divergentes de diversas potências, em particular da Turquia, da Rússia, do Irão e de países ocidentais.
Este território, de maioria arménia, integrado em 1921 no Azerbaijão pelas autoridades soviéticas, proclamou unilateralmente a independência em 1991, com o apoio da Arménia.
Na sequência da uma guerra que provocou 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk, constituído no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas as escaramuças armadas permaneceram frequentes.
Em julho deste ano, os dois países envolveram-se em confrontos a uma escala mais reduzida que provocaram cerca de 20 mortos. Os combates recentes mais significativos remontam a abril de 2016, com um balanço de 110 mortos.
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