Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 12º MÁX 17º

Nagorno-Karabakh: Provedor denuncia cenário de "desastre humanitário"

O enclave Nagorno-Karabakh é cenário de um "desastre humanitário", devido aos bombardeamentos do Azerbaijão contra a população civil, participação de terroristas nos combates e uso de armamento proibido, disse hoje o Provedor de Justiça de Karabakh.

Nagorno-Karabakh: Provedor denuncia cenário de "desastre humanitário"
Notícias ao Minuto

21:08 - 06/10/20 por Lusa

Mundo Justiça

"Devido a ameaças à segurança e ao terror psicológico, muitos tiveram de abandonar as suas casas. Temos milhares de refugiados e deslocados. O número pode ser superior a 80 mil, que é mais de 50% da população", disse Artak Beglarián, em declarações à agência EFE, em Stepanakert, a capital do enclave.

Desde 27 de setembro, data do início dos combates entre as forças arménias e azeris, que disputam o pequeno território montanhoso de Nagorno-Karabakh que é motivo de conflitos desde há séculos, morreram 240 soldados e dezenas de civis, além de 80 terem ficado feridos.

Beglarián estimou ainda que mais de duas mil propriedades tenham ficado destruídas, com os bombardeamentos a atingirem também estruturas civis, como escolas, creches, fábricas e centrais elétricas.

"Tudo isto mostra que as forças do Azerbaijão estão a atingir civis de forma intencional e sistemática. Bombardearam a capital com armamento pesado, as suas infraestruturas e edifícios", acrescentou.

Segundo o responsável, os ataques são "indiscriminados" e, por isso, todos estão em perigo e aqueles que ainda não abandonaram a capital do enclave "devem refugiar-se".

A região do Nagorno-Karabakh, no Cáucaso do Sul, tem sido alvo de uma escalada no conflito latente há vários anos entre o Azerbaijão e os separatistas apoiados pela Arménia.

A região é também uma zona onde se concentram interesses divergentes de diversas potências, em particular da Turquia, da Rússia, do Irão e de países ocidentais.

Este território, de maioria arménia, integrado em 1921 no Azerbaijão pelas autoridades soviéticas, proclamou unilateralmente a independência em 1991, com o apoio da Arménia.

Na sequência da uma guerra que provocou 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk, constituído no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas as escaramuças armadas permaneceram frequentes.

Em julho deste ano, os dois países envolveram-se em confrontos a uma escala mais reduzida que provocaram cerca de 20 mortos. Os combates recentes mais significativos remontam a abril de 2016, com um balanço de 110 mortos.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório