Ministro argelino é o primeiro emissário estrangeiro após golpe de Estado
O ministro dos Negócios Estrangeiros argelino chegou hoje a Bamako em visita oficial, tornando-se o primeiro emissário estrangeiro a chegar ao Mali após o recente golpe de Estado, o que é interpretado como um aval ao novo regime.
© Reuters
Mundo Bamako
"A Argélia e o Mali são dois países fraternos e amigos. Tudo o que afeta o Mali afeta a Argélia", disse Sabri Boukadoum, ao ser recebido no Aeroporto de Bamako pelo coronel Malick Diaw, primeiro vice-presidente do Comité Nacional para a Salvação do Povo (CNSP), criado pelos líderes golpistas.
Boukadoum planeia encontrar-se com o pessoal superior do CNSP nas instalações do Ministério da Defesa, que desde o golpe de Estado tem funcionado informalmente como "quartel-general provisório" do novo poder.
A Argélia partilha uma extensa fronteira no sul com o Mali, mas além disso patrocinou em 2015 o chamado Acordo de Argel que visava o acordo de paz entre o Governo de Bamako e os rebeldes tuaregues armados, embora não tenha conseguido pôr fim à violência 'jihadista'.
Na sua primeira aparição pública após o golpe, os membros do CNSP fizeram uma declaração formal de que respeitavam o Acordo de Argel e os outros compromissos internacionais do Mali.
A visita do ministro argelino é interpretada não só como o primeiro apoio explícito ao novo regime, mas também como uma tentativa de Argel de confirmar a validade do acordo de paz.
Independente desde 1960, o Mali viveu, em 18 de agosto, o quarto golpe militar na sua história, depois dos episódios ocorridos em 1968, 1991 e em 2012.
A junta militar que tomou o poder há uma semana libertou o antigo Presidente, Ibrahim Boubacar Keita, na quinta-feira.
Além da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da União Africana, a ação militar já foi rejeitada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela União Europeia (UE).
Portugal tem no Mali 74 militares integrados em missões da ONU e da UE.
Antigo primeiro-ministro (1994-2000), Ibrahim Boubacar Keita, 75 anos, foi eleito chefe de Estado em 2013, e renovou o mandato de cinco anos em 2018.
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