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França suspeita que ataque terrorista no Níger foi "premeditado"

Os primeiros elementos da investigação aberta sobre o ataque no Níger, no qual morreram seis franceses e dois nigerianos, sugerem que foi premeditado e dirigido contra cidadãos ocidentais.

França suspeita que ataque terrorista no Níger foi "premeditado"
Notícias ao Minuto

14:37 - 14/08/20 por Lusa

Mundo Autoridades

"Não sabemos nesta fase se [a ONG] Acted era o alvo, mas o ataque parece ter visado deliberadamente os ocidentais", de acordo com fontes judiciais francesas não identificadas em declarações à agência espanhola de notícias Efe.

A acão contra uma carrinha da ONG francesa, que incluía sete dos seus membros e um guia turístico, teve lugar no domingo passado numa reserva natural na região de Kouré, a várias dezenas de quilómetros a sudeste de Niamey, a capital do país.

Os seis franceses eram funcionários e voluntários da organização humanitária e tinham aproveitado um dia de folga com um dos seus motoristas locais para fazer um passeio por uma das regiões supostamente mais seguras do Níger, onde se encontram algumas das últimas girafas em liberdade naquela parte de África.

O sistema judicial francês, que abriu processos de investigação por homicídio terrorista e terrorismo, enviou investigadores para trabalhar com as instituições de investigação locais, com o objetivo de esclarecer os factos e tentar determinar se algum -- e, a confirmar-se, qual - dos grupos extremistas islâmicos que operam na região é responsável.

Uma equipa de onze investigadores franceses da Direção Geral de Segurança Interna (DGSI), do Subdiretório Antiterrorista e da Polícia Técnica Forense, que partiu para o Níger na passada terça-feira, completou já as respetivas investigações no local e deverá regressar a França este sábado, de acordo com uma fonte próxima do caso à agência France Press.

Cinco dias depois do ataque por homens armados em motociclos, o mesmo ainda não foi reivindicado. "Atendendo ao 'modus operandi', o rasto terrorista permanece privilegiado", acrescentou a fonte judicial francesa à AFP.

Os especialistas apontam o dedo ao Estado Islâmico no Grande Sahara (EIGS), ativo na zona das "três fronteiras" (Mali, Níger e Burkina Faso) onde é perseguido pelos exércitos nacionais dos três países e pela força francesa Barkhane, que conta com mais de 5.000 homens deslocados no Sahel.

O inquérito também procura determinar se os assaltantes foram informados sobre a visita de humanitários ao parque natural.

O ataque levou o Presidente francês, Emmanuel Macron, a anunciar na passada terça-feira que a França irá reforçar as medidas de segurança para proteger os seus cidadãos no Sahel, sem, porém, especificar.

O primeiro-ministro francês, Jean Castex, presta hoje homenagem aos mortos num evento vedado aos órgãos de comunicação social no aeroporto de Orly, em Paris, com a presença prevista das famílias das vítimas e de outras autoridades, incluindo o ministro francês da Justiça, Éric Dupont-Moretti.

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